Japoneses reproduzem esperma saudável em camundongos estéreis

A nova técnica usa células-tronco e foi descoberta por cientistas japoneses com ajuda de britânicos.
Espermatozoides humanos Foto Shutterstock
Espermatozoides humanos (Foto: Arquivo/Shutterstock)

Com a ajuda de cientistas britânicos, pesquisadores japoneses obtiveram sucesso em produzir espermas saudáveis em camundongos estéreis com o uso de células-tronco, comumente chamadas de células iPS ou células pluripotentes induzidas, informou nesta sexta-feira (18) a emissora pública ‘NHK’.

Segunda a estatal japonesa, o método foi desenvolvido por uma equipe de cientistas da Escola de Pós-Graduação de Medicina da Universidade de Kyoto em conjunto com um instituto de pesquisa britânico.

Os pesquisadores utilizaram células de camundongos estéreis que sofrem de anormalidades em cromossomos para fazer as células-tronco pluripotentes induzidas. As células iPS podem se desenvolver em quaisquer tipos de tecidos.

Eles descobriram que cerca de 10% das células iPS desenvolvidas não apresentavam anormalidades nos cromossomos.
Com o uso desse método, as células iPS saudáveis se desenvolveram em células que se transformaram em esperma e, então, injetadas nos camundongos estéreis.

A descoberta é classificada pela comunidade internacional do setor como um grande passo no estudo da reprodução humana, podendo se tornar um tratamento eficaz, ou até mesmo a cura, de pacientes que sofrem com problemas de infertilidade.

Os responsáveis pelo estudo, no entanto, alerta que “ainda é necessário a realização de mais testes para o uso clínico da nova técnica”, estimando entre dois e cinco anos para experimentos em humanos.

Japão, pioneiro no estudo com células-tronco
Entre as principais contribuições do Japão para o mundo no setor de genética está a pesquisa sobre células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs ou apenas iPS), um estudo que deu ao cientista japonês Shinya Yamanaka o Prêmio Nobel de Medicina, em 2012.

A células iPSC são desenvolvidas ao estimular células maduras, já especializadas – como as da pele – a voltarem ao estado neutro, juvenil, a partir do qual podem dar origem a qualquer outro tipo de célula humana.
Antes do surgimento da técnica iPS, as células-tronco pluripotentes eram coletadas de embriões humanos, que acabam sendo destruídos no processo – uma prática controversa.

Há uma terceira categoria de células-tronco, que podem ser diretamente coletadas de seres humanos. Estas células-tronco “adultas” são encontradas dentro de certos órgãos, inclusive o coração, e existem para recompor células danificadas.

Segundo a ‘NHK’, Japão é pioneiro nessa técnica, que vem sendo desenvolvida e aprimorada de forma eficaz, contribuindo no auxílio a pacientes com doenças que, até então, eram consideradas “incuráveis”.


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