O envelhecimento da população não é mais o principal desafio dos formuladores de políticas que tentam reduzir os custos médicos no Japão. Isso porque, agora, eles têm que lidar com o forte encarecimento das medicações, reflexo de novas drogas recentemente aprovadas para comercialização.
As despesas médicas pagas aos hospitais e clínicas em todo o país atingiram um recorde de 41,460 trilhões de ienes no ano fiscal de 2015, alta de 1,5 trilhões ou 3,8% em relação ao exercício anterior, de acordo com o relatório do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar divulgado na última terça-feira.
Desse total, os custos com medicamentos prescritos representaram 7,9 trilhões, aumento de 680 bilhões de ienes, ou alta de 9,4%, ante o ano fiscal de 2014.
Sozinhos, os medicamentos antivirais -incluindo a droga Harvoni, usada contra hepatite C e que foi aprovada para utilização no ano passado no âmbito do programa de seguro público- responderam por 414 bilhões ienes do total de gastos com medicações prescritas. O montante recorde representa um salto de 250% em relação ao ano anterior, de acordo com o ministério.
Observadores avaliam que os altos custos ameaçam afetar o debate em curso nos painéis de especialistas formados pelo governo, que visam discutir formas para reduzir o preço de certas drogas como uma medida de emergência. O temor é que a utilização generalizada dessas drogas pode drenar os cofres do Estado.
Sob o sistema universal de saúde do país, todos os medicamentos aprovados para uso, por meio de prescrição médica, são cobertos pelo programa de seguro da saúde pública.
Mediante a isso, pessoas em tratamento médico, que necessitam de drogas com alto custo, podem obter a maior parte de seus gastos reembolsados. Contudo, os encargos com os custos variam de acordo com a renda de cada indivíduo, com um teto de 140,1 mil ienes por mês.
Esse sistema, no entanto, ameaça as finanças do Estado, em vista de que uma série de novas drogas tem sido aprovada para comercialização, com preços iniciais que podem custar pequenas fortunas.
Fonte: News On Japan.
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