A Secretaria de Saúde do governo de Hokkaido, no extremo norte do Japão, informou esta semana que um homem morreu de encefalite transmitida por carrapatos em um hospital local, no que se configura na primeira morte pela doença em todo o arquipélago japonês.
A vítima, de aproximadamente 40 anos, morreu no dia 13 de agosto após dar entrada em um hospital local no final do mês passado. Segundo a secretaria, o homem contraiu a doença após ter sido picado por um carrapato da espécie Ixodes ricinus, que transmite o arbovírus flavivírus. Ainda de acordo com a secretaria, a vítima teria sido picada em meados de julho em uma montanha na região.
Trata-se da primeira morte confirmada por encefalite transmitida por carrapato no Japão. Além disso, esse é o segundo caso da doença no país. O primeiro ocorreu em 1993, na mesma região.
A doença
Encefalite do carrapato, ou mais precisamente Encefalite Transmitida por Carrapatos, é uma encefalite viral comumente transmitida pela picada do carrapato Ixodes ricinus. Ela afeta o sistema nervoso central de humanos, ruminantes, aves, roedores, canídeos, felinos e cavalos. Pode afetar também meninges, causando meningite viral.
Sintomas
Em 70% dos casos, a condição é assintomática e mostra sintomas moderados que passam praticamente despercebidos. Nos 30% restantes, após o período de incubação do vírus, que varia entre 3 a 28 dias, a infecção se apresenta por meio de febre alta, dores de cabeça, garganta inflamada, fadiga, dor nos músculos e articulações. Em 10% a 20% desses casos, a segunda fase da infecção acontece após chegar ao sistema nervoso central. Logo, poderão ser verificadas paralisias musculares. De 10 a 20% ficam com sequelas permanentes e a mortalidade chega a 2%.
Diagnóstico laboratorial
Durante a primeira fase da doença, as alterações laboratoriais mais comuns são uma baixa contagem de glóbulos brancos (leucopenia) e baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia). As enzimas hepáticas no soro também podem ser levemente elevada. Após o aparecimento de sintomas neurológicos durante a segunda fase, o aumento do número de glóbulos brancos no sangue e líquido cefalorraquidiano (LCR) é geralmente encontrado.
O vírus pode ser encontrado no sangue durante a primeira fase da doença. O diagnóstico laboratorial depende geralmente presença de IgM específica no sangue ou LCR, que aparecem geralmente mais tarde, durante a segunda fase da doença.
Tratamento
Possui vacina altamente eficaz, mas não há tratamento específico. O tratamento é sintomático com anti-inflamatórios e ventilação mecânica caso necessário.
Fontes: NHK News | Jornal Ciência.
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