Pesquisa no Japão diz que Covid-19 sobrevive 9 horas sobre a pele

Estudo revelou que o Covid-19 é um dos vírus mais resistentes, e pode sobreviver cerca de 5 vezes mais que o vírus da influenza.
Pele humana Foto Stockvault 20102010 compressed
©Stockvault

Uma equipe de pesquisadores japoneses anunciou ter descoberto que o novo coronavírus pode sobreviver sobre a pele humana por nove horas, ou cerca de cinco vezes mais que o vírus da influenza, informou a emissora pública japonesa NHK.

O pesquisador Hirose Ryohei, professor adjunto da Universidade de Medicina da Prefeitura de Kyoto, ou Quioto (Kyoto Furitsu Ika Daigaku) e outros pesquisadores, conduziram estudos para determinar quanto tempo o coronavírus pode sobreviver sobre a pele humana. O grupo aplicou cerca de 100.000 coronavírus e o mesmo número do vírus da Influenza A em amostras de pele de pessoas falecidas.

O estudo revelou que o coronavírus permanece ativo por cerca de nove horas, enquanto o vírus da influenza  mantém-se contagioso por aproximadamente uma hora e 50 minutos.

“Por isso, pode ter um risco maior de transmissão por contato (quando uma pessoa toca na outra)”, disseram os autores da pesquisa, que foi publicada na revista médica Clinical Infectious Diseases, da Oxford University Press.

Higienização com álcool

A equipe também analisou o efeito do álcool sobre o coronavírus. Para tanto, os pesquisadores utilizaram etanol com concentração média de 80%. Eles molharam amostras de pele com com coronavírus durante 15 segundos. Os resultados mostraram que quase nenhum vírus foi detectado após as amostras serem desinfetadas.

Hirose diz que desinfetar e tomar outras medidas para evitar a infecção por coronavírus são mais importantes do que no caso da influenza.

Como resultado, as experiências confirmaram que a utilização de álcool para desinfecção de superfícies e corpo (pele), principalmente das mãos, é eficaz na prevenção de propagação do Covid-19.

Detalhamento do estudo:
  • Os cientistas criaram modelos de testes com pele uma humana obtida em autópsias. As peles foram coletadas aproximadamente um dia após a morte da pessoa e mostraram ainda reter parte das funções nesse período. Por isso, foram consideradas adequadas para análise.
  • Ao ser aplicado nas amostras de pele, o coronavírus permaneceu ativo, em média, por 9,04 horas. Já o vírus influenza “sobreviveu” por 1,82 horas.
  • Quando foi misturado ao muco, para simular gotículas infectadas liberadas ao tossir, espirrar ou falar que entram em contato com a pele, o coronavírus permaneceu mais tempo ainda ativo: cerca de 11 horas, em média.
  • Tanto o SARS-CoV-2 quanto o influenza foram inativados na pele 15 segundos após o uso de uma solução com álcool 80%.

Os pesquisadores japoneses ressaltaram que o estudo não considerou a “dose infecciosa” do coronavírus. Isso é, eles não aplicaram nas amostras uma quantidade de partículas de vírus necessária para causar infecção em alguém. Portanto, futuras pesquisas precisam ser feitas para examinar essa questão.

Contudo, os resultados reforçam a importância da higienização das mãos, principalmente após ter contato com outras pessoas, e evitar tocar nariz, olhos e boca quando não estiver com as mãos higienizadas.

Mundo-Nipo (MN)
Fontes: NHK News / UOL Viva Bem.

Ícone de atualização 01 Atualizado em 26/10/2020.

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