Um grande número de pessoas continuam frequentando normalmente centros comerciais em Tóquio e em outras cidades densamente povoadas, apesar de o governo japonês declarar estado de emergência em todo o país devido ao rápido aumento de casos do coronavírus (Covid-19) no país, principalmente em Tóquio.
No domingo passado, um shopping no distrito de Musashikoyama, em Tóquio, estava lotado de consumidores usando máscara protetora, mas sem respeitar o distanciamento de 2 metros sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de 40% das 200 lojas na rua Shinagawa, com 800 metros de comprimento, estavam funcionando, mas os supermercados continuam cheios de pessoas que compram diariamente itens considerados essenciais.
“Muitos dos compradores são locais. Mas acho que os passeios (saída de casa) devem ser estritamente essenciais”, disse um funcionário da associação promocional de um shopping local.
A associação está tomando medidas para impedir a propagação do Covid-19, incluindo a abertura do teto retrátil duas vezes por dia para ventilação. Eles também cancelaram grandes eventos que estavam programados para serem realizados no local.
Funcionários da rua comercial Togoshi-Ginza, nas proximidades, pediram que residentes nas proximidades e turistas evitassem passeios não essenciais. Mas, segundo os funcionários, a rua continua lotada de pessoas.
Togoshi-Ginza é uma rua comercial que possui a maior extensão em Tóquio, com uma variedade de restaurantes, lojas de vários segmentos, shoppings, mercados, entre outros estabelecimentos comerciais. A rua também possui parques e santuários perfeitos para passeios, além de uma famosa casa de banhos termais, os chamados onsens.
Mediante tanta atração, a rua atrai multidões, o que a torna praticamente difícil reduzir a aglomeração.
Alarmado com a multidão que se forma em várias localidades da capital, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, pediu ao público – em um vídeo divulgado no último domingo – que evite reunião em grupos, contato com outras pessoas e, principalmente, frequentar ambientes fechados.
“Peço que às famílias para não sair diariamente para fazer compras, explica a governadora no vídeo, sugerindo também aos cidadãos para escolher apenas uma pessoa da família como comprador de itens necessários, visto que sair em grupo provoca multidão e, consequentemente, todos ficam mais suscetíveis ao contágio do vírus.
No entanto, o apelo da governadora foi amplamente ignorado, afirma o jornal Mainichi.
Um homem de 41 anos que estava fazendo compras com sua família em Togoshi Ginza, disse: “Ainda precisamos comprar alimentos e produtos de limpeza. Usamos máscaras e tentamos manter distância quando estamos na fila”.
Enquanto isso, os proprietários de lojas que não foram convidadas a fechar em estado de emergência estão lutando para conter o vírus e ainda administrar seus negócios.
Um dono de restaurante em Togoshi-Ginza disse que está mantendo seu lugar aberto “colocando os assentos mais afastados e aumentando a ventilação”.
Masahiro Tsuji, 64 anos, que administra uma mercearia na área, disse que gostaria de fechar a loja, mas não o faz porque precisa sobreviver.
“Tenho que manter a loja aberta para poder pagar o aluguel”, disse.
Números do Covid-19
O Japão viu um aumento exponencial nos casos de infecção pelo novo coronavírus, agora totalizando 12.863 casos confirmados, excluindo cerca de 700 do navio Diamond Princess que foi colocado em quarentena perto de Tóquio em fevereiro. Já o número de mortos subiu para 345, cerca de 145 mortes em 24 horas, o maior número diário, de acordo com o último relatório divulgado ontem (23) pelo Ministério da Saúde do Japão e noticiado pela Kyodo News.
Enquanto isso, o Brasil tem 52.995 mil casos confirmados, com 26.573 pacientes recuperados e 3.670 mortes pelo Covid-19, segundo relatório desta sexta-feira (24) disponível no site do Ministério da Saúde do Brasil.
No mundo, cerca de 2,79 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus. Deste total, 196 mil morreram, de acordo com o site da Organização Mundial da Saúde (OMS) / Brasil.
Mundo-Nipo (MN)
Fontes principais: Mainichi | Kyodo News.