Embalagens transparentes | ©Mundo-Nipo / Depositphotos

Japão desenvolve papel transparente biodegradável para embalagens

Nova tecnologia japonesa usa celulose para produzir papel transparente e ecológico para substituir o plástico em embalagens. Descoberta ajudará a mitigar a poluição de plásticos nos oceanos.

Pesquisadores no Japão alcançaram um avanço inédito ao criar o primeiro papel transparente do mundo, capaz de funcionar como embalagem para líquidos, apresentando resistência, flexibilidade e, principalmente, ser biodegradável. Essa inovação pode transformar o setor de embalagens e representa um marco importante no combate à poluição provocada por plásticos, uma das maiores ameaças ambientais da atualidade, de acordo com matéria publicada este mês no Asahi Shimbun.

O novo material, desenvolvido por uma equipe composta por cientistas de instituições como a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha e Terrestre (JST), liderada por Noriyuki Isobe, diferencia-se por permitir a fabricação de copos, canudos e outros tipos de embalagens resistentes e transparentes, facilitando a visualização do conteúdo—um requisito fundamental para o mercado alimentício. Por ser derivado de plantas, o papel transparente pode ser decomposto por microrganismos, reduzindo significativamente o risco de contaminação dos oceanos por resíduos sólidos.

A pesquisa nasceu da preocupação de Isobe com a severidade da poluição marinha por plásticos descartáveis, observada em expedições de submersíveis do JST. Diante desse panorama, o cientista passou a estudar formas de transformar a celulose, principal componente da madeira e papel, em um material denso, resistente e totalmente transparente.

Copo produzido com papel transparente desenvolvido com nova tecnologia da JST | Foto: Distribuição JST

Copo produzido com papel transparente desenvolvido com nova tecnologia da JST | Foto: Distribuição JST / Asahi Shimbun Images

Utilizando uma solução aquosa de brometo de lítio, a equipe conseguiu dissolver e solidificar a celulose controlando temperatura, espessura e formato, superando desafios técnicos antes considerados intransponíveis na produção de papéis do gênero. O resultado foi confirmado com testes em laboratório e em ambientes naturais: recipientes fabricados com o novo material foram submersos em áreas profundas do oceano e, após alguns meses, apresentaram completa degradação, comprovando o potencial ambientalmente sustentável da invenção.

Apesar do entusiasmo gerado pelo potencial comercial e ambiental do papel transparente, os pesquisadores reconhecem que a nova tecnologia ainda enfrenta obstáculos para produção em larga escala, especialmente quanto ao custo. O desafio, agora, está em viabilizar métodos de fabricação que tornem o produto economicamente competitivo frente aos plásticos de uso comum. Para isso, Isobe e sua equipe concentram esforços em atrair grandes fabricantes e em desenvolver processos que exijam menos energia e permitam a produção em massa.

Mais do que uma inovação tecnológica, esta descoberta aponta para um futuro em que materiais derivados de organismos vivos possam substituir com eficiência produtos poluentes, reduzindo drasticamente o impacto ambiental. “Imagino uma sociedade onde tudo o que precisamos no dia a dia vem exclusivamente de substâncias geradas por organismos vivos”, declarou o pesquisador. Com a adoção generalizada de alternativas biodegradáveis como esta, cresce a expectativa de um mundo com menos resíduos no mar e mais responsabilidade no consumo.

= Mundo-Nipo (MN)

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