Do Mundo-Nipo
O cientista Shinya Yamanaka, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina, em 2012, graças à sua pesquisa sobre as células iPS (células-tronco de pluripotência induzida), elogiou a pesquisa sobre células STAP, destacando que ela “é interessante”, informou nesta quinta-feira (30) a imprensa japonesa.
Professor no Centro para Pesquisa e Aplicação de Células iPS da Universidade de Kyoto, o famoso cientista japonês disse que a pesquisa sobre células STAP representa uma importante conquista, que vai aprofundar o conhecimento sobre a inicialização das células, de acordo com a emissora NHK.
Shinya Yamanaka afirmou ainda que a pesquisa pode ser vista como um novo método para a criação de células semelhantes às iPS, com potencial para aplicação em medicina.
Para Yamanaka, caso a técnica seja bem-sucedida com células humanas, os pesquisadores precisarão compará-la com métodos convencionais.
Sobre células STAP
Publicada recentemente na revista científica Nature, a pesquisa das denominadas células STAP (sigla em inglês para Aquisição de Pluripotência Desencadeada por Estímulo) é uma forma simples de fazer as células animais voltarem a um estado jovem e neutro, um feito que tem sido enaltecido como um avanço revolucionário na busca por desenvolver tecidos para transplantes em laboratório.
Este pode ser o terceiro grande avanço das células-tronco, um campo futurístico que visa a reverter doenças letais ou incapacitantes, como o mal de Alzheimer, o câncer e outras.
O avanço mais recente veio do Japão, seguido de seu antecessor, Shinya Yamanaka, que foi agraciado com o Prêmio Nobel da Medicina, em 2012, pela descoberta.
Depois que superar obstáculos de segurança, a nova abordagem poderá derrubar os custos e as barreiras técnicas na pesquisa sobre células-tronco, afirmaram comentaristas independentes.
As células-tronco são células primitivas que, à medida que crescem, diferenciam-se, dando origem a várias células especializadas que formam diferentes órgãos, tais como o cérebro, o coração, o rim e assim por diante.
A meta é criar células-tronco em laboratório e estimulá-las a desenvolver células diferenciadas que serviriam para criar órgãos de reposição danificados por doenças, ou acidentes.
Um dos obstáculos, no entanto, é assegurar que essas células transplantadas não sejam atacadas como um invasor pelo sistema imunológico do corpo.
Para conseguirem isto, as células-tronco teriam de carregar o código genético próprio do paciente, de forma a que seu organismo identifique o novo órgão como amigável.
Até agora, apenas células de plantas e não de mamíferos conseguiram ser reprogramadas até um estado juvenil por intermédio de fatores ambientais simples.
“Essas células STAP contêm todas as marcas da pluripotência”, declarou Obokata ,na terça-feira (29) em um briefing na Internet com jornalistas.
As células STAP parecem ter uma habilidade limitada para se auto-renovar, e ainda é preciso ver se podem ser obtidas de humanos.
Só muito depois poderão ser realizados testes em humanos, já que foram necessários 13 anos para a realização dos primeiros testes com células-tronco embrionárias e seis anos para os primeiros testes com iPS.
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