Um grupo de cientistas da Alemanha anunciou ter descoberto um novo tipo de antibiótico e potencialmente eficaz, produzido a partir de bactérias encontradas em narizes humanos. O estudo, ainda preliminar, foi publicado esta semana na revista científica “Nature”, informou a emissora pública ‘NHK’.
Segundo os pesquisadores, a descoberta ajudará a desenvolver futuramente uma nova classe de antibióticos capazes de lutar contra infecções por bactérias resistentes, uma vez que o antibiótico pode matar diversos patógenos perigosos, inclusive a superbactéria MRSA (Staphylococcus aureus) que é resistente à meticilina.
O grupo da Universidade de Tuebingen descobriu que muitas pessoas que não têm em suas narinas a bactéria Staphylococcus aureus – que causa doenças infecciosas na pele, entre outras -, possuem a bactéria Staphylococcus lugdunensis, que produz uma nova gama de antibióticos. Os cientistas denominaram este novo antibiótico de “lugdunin”.
Os cientistas também testaram o novo antibiótico em camundongos e constataram que o mesmo pode eliminar infecções bacteriológicas na pele. Os testes com camundongos também evidenciaram que o lugdunin atua contra o Staphylococcus aureus resistente à methicilina.
A principal autora do estudo, Andreas Peschel, pesquisadora da Universidade de Tuebingen, explicou que a razão do estudo focar-se nesta parte do corpo em particular é porque a cavidade nasal é um rico ecossistema para cerca de 50 bactérias diferentes, além de ser um ponto focal para muitas infecções virais.
A pesquisadora destacou que a pesquisa ainda está em estágio preliminar e que a equipe vai precisar de anos de trabalho, provavelmente com uma empresa farmacêutica, antes de um novo antibiótico poder ser desenvolvido e testado em ensaios clínicos.
O professor Mitsuo Kaku, da Universidade de Tohoku, disse que os antibióticos desenvolvidos até agora são geralmente isolados de bactérias encontradas no solo. “A descoberta é de extrema importância. O microbioma humano é uma potencial nova fonte para a produção de medicamentos eficazes contra bactérias resistentes”, afirmou ele à ‘NHK’.
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