Do Mundo-Nipo
Um dos diretores do Banco do Japão (BoJ, banco central japonês) afirmou nessa quinta-feira (3) que o BC provavelmente não conseguirá alcançar a meta de inflação de 2% no ano fiscal de 2016 ou mesmo durante o exercício de 2017, que encerra em março de 2018.
Falando em Maebashi, ao norte de Tóquio, Takahide Kiuchi disse que o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) −−medidor de preços mais usado pelo BoJ−− provavelmente permanecerá no nível atual, perto de zero, “para o momento” e é “improvável que chegue a 2% mesmo no ano fiscal de 2017 sem os esforços para reforçar o crescimento”.
O ano fiscal japonês começa em abril e o prazo ideal com o qual o BoJ trabalha para chegar à meta de 2 por cento de inflação é o ano fiscal de 2016.
As declarações de Kiuchi, que é o mais crítico ao presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, não estão muito distantes dos pontos de vista do setor privado, mas contrastam com as mensagens otimistas de Kuroda.
As divergências de opiniões sobre crescimento, inflação e os efeitos das medidas de flexibilização ocorrem num momento em que a economia do Japão se distancia do caminho projetado por Kuroda no início do ano.
A economia encolheu no trimestre abril-junho e alguns economistas dizem que poderá contrair novamente no trimestre seguinte, devido à fragilidade do consumo e das exportações.
A meta de 2% de inflação está num nível “muito acima” do compatível com a taxa de crescimento anual sustentável da economia, que o BoJ estima estar em 0,5%, disse Kiushi, alertando que é preciso melhorar o crescimento enfrentando problemas estruturais, tais como a diminuição da população e a enorme dívida pública, para fazer os preços subirem a um determinado patamar de forma estável.
Em seu discurso, Kiuchi ainda questionou se há consistência na visão dominante dentro do BoJ de que os preços dos alimentos estão subindo e empurrando os salários para cima. Para ele, essa relação não está clara e há evidências de que a alta nos preços está atingindo negativamente o sentimento dos consumidores.
Outro ponto de discordância de Kiuchi é quanto à comunicação do BoJ para sua política monetária. Ele acredita que é um erro dar preferência às boas notícias em detrimento das más e que é preciso também informar os efeitos colaterais das medidas e não apenas o seu lado positivo.
Fonte: Valor Econômico | Dow Jones Newswires
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