A base salarial dos trabalhadores no Japão subiu pela primeira vez em 27 meses, registrando em julho o maior aumento anual desde 2005, mostraram dados preliminares de uma pesquisa do governo envolvendo cerca de 33 mil empresas com cinco ou mais funcionários.
Divulgada nesta sexta-feira (4), a pesquisa do Ministério do Trabalho mostra que, em julho, os trabalhadores japoneses ganharam, em média, 367,551 mil ienes, cerca de US$ 3,07 mil ou R$ 11,6 mil. O valor representa uma alta de 0,6% no salário em termos anualizados e o maior aumento desde novembro de 2005.
Já a média salarial ajustada pela inflação subiu 0,3% em julho na mesma base de comparação. Trata-se do primeiro aumento salarial em termos anualizados desde abril de 2013. O resultado positivo no sétimo mês do ano vem após uma forte retração registrada no mês anterior.
A pesquisa animadora levou o Ministério a avaliar que “o salário dos trabalhadores está mais robusto”, apresentando uma “tendência de estabilização”, isso porque os efeitos negativos do aumento da alíquota do imposto sobre o consumo em abril de 2014, de 5% para 8%, “estão começando a amenizar”, avalia o órgão.
Entretanto, o ministério ressalta que as diferenças no calendário em relação ao pagamento de bônus contribuem para as oscilações nos dados, já que a pesquisa engloba recebimento de bonificações e horas extras.
“Vamos acompanhar de perto a evolução do setor para ver se a tendência de alta continuará”, disse um funcionário do Ministério ao final da divulgação dos dados preliminares da pesquisa, conforme noticiou a emissora pública “NHK”.
Economistas, no entanto, acreditam que os salários no país estão em tendência de alta, devendo continuar gradualmente no decorrer desse ano fiscal, o que acabará por estimular o consumo, de acordo com um analista consultado pela agência Bloomberg.
Essa avaliação é por conta da crescente escassez de trabalhadores no mercado de trabalho japonês. “As empresas são obrigadas a elevar os salários para conseguir preencher o rombo no quadro de funcionários”, disse o analista de uma grande consultora japonesa ao jornal financeiro Nikkei.
Fontes: NHK News | Agência Bloomberg | Jornal Nikkei.
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