No Japão, o salário depende da região, ou melhor, de cada uma das 47 províncias do país, que estabelece o seu próprio salário, de acordo com as negociações nacionais realizadas a cada ano entre representantes do Ministério do Trabalho, empregadores e empregados.
Existem também regimes especiais de salário mínimo em alguns setores de cada departamento, por exemplo, no de componentes automotivos e de reparação naval em Tóquio.
O salário mínimo é maior nas províncias mais urbanas. Assim, o salário mínimo por hora é mais alto em Tóquio, de 1.013 ienes (8 euros, 9,67 dólares ou 51,63 reais) e o mais baixo, de 792 ienes por hora (6,3 euros, 7,56 dólares ou 40,37 reais), é encontrado nos departamentos rurais de Akita (norte) ou Okinawa (sudoeste).
Negociações
Entre janeiro e março, as uniões trabalhistas (sindicatos) e representantes das companhias do Japão realizam as negociações salariais no país, as chamadas “Negociações Salariais de Primavera”, que visa aumentar o salário base dos trabalhadores.
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,9% dos empregados de empresas com pelo menos cinco trabalhadores recebem o salário mínimo ou até menos (havendo exceções).
No ano fiscal japonês de 2020, que começou em 1 de abril de 2020 e vai até 30 de março de 2021, a média do salário mínimo por hora está em 902 ienes (7,10 euros, 8,61 dólares ou 45,97 reais), apenas um iene a mais do que no ano fiscal de 2019.
Este foi o menor aumento em 16 anos, enquanto nos quatro anos anteriores havia subido mais de 20 ienes a cada ano, especialmente sob o impulso do governo Shinzo Abe, que incentivou o aumento dos salários para apoiar o consumo e, indiretamente, a inflação.
Salários congelados
Neste ano fiscal de 2021, que começa em abril, é provável que o salário se mantenha no mesmo nível do ano passado, uma vez que a pandemia do coronavírus afetou fortemente a economia japonesa, bem como a economia global.
Por lá, o mercado de trabalho é apertado por conta da falta de mão de obra em razão do envelhecimento populacional, mas, ainda assim, os efeitos da pandemia afetaram praticamente todos os setores, principalmente de serviços, com a disponibilidade de emprego no país registrando a maior queda em 45 anos no ano de 2020.
Porém, mesmo com a forte queda, o índice da oferta de empregos situou-se em 1,18. A proporção significa que havia, em média, 118 vagas de emprego para cada 100 candidatos em 2020, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão.
Fontes: France-Presse | Kyodo News.
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