Uma pesquisa realizada pelo Ministério das Finanças do Japão revelou que 62,1% das empresas no país aumentaram ou planejam aumentar o salário-base no ano fiscal de 2023, bem acima dos 38,7% do ano anterior, à medida que buscam garantir talentos e compensar o ganho do trabalhador em meio aos preços crescentes, informou a Kyodo News.
A tendência foi observada principalmente no setor não manufatureiro, com 56% dizendo que aumentaram ou irão aumentar os salários, o que representa quase o dobro do aumento no setor no ano anterior, que foi de 28,8%, disse a pesquisa. No setor manufatureiro, o número foi de 69,8%, acima dos 52%.
Quando questionadas sobre as razões do aumento salarial, incluindo salário base e gratificações, 80,4% das empresas afirmaram que a intenção é “elevar a motivação dos trabalhadores, melhorar as condições de trabalho e evitar que abandonem o emprego”. Cerca de 64% disseram que o fizeram “para responder aos aumentos nos preços das commodities”.
Entre os entrevistados, um varejista de médio porte no oeste do Japão disse: “Em um momento em que menos pessoas procuram trabalhar em vendas e atendimento ao cliente, não podemos adquirir talentos a menos que melhoremos as condições de trabalho”.
Realizada entre março e abril, a pesquisa teve como alvo cerca de 1.200 empresas, incluindo cerca de 500 empresas de grande porte e 700 empresas de pequeno e médio porte.
A porcentagem de empresas que aumentaram ou planejam aumentar o salário base no ano fiscal de 2023 foi calculada com base em cerca de 1.000 empresas como parâmetro, excluindo as empresas que não responderam à pergunta ou não estavam claras.
Os aumentos salariais ocorrem depois que o primeiro-ministro Fumio Kishida pediu à comunidade empresarial que aumentasse os salários para mitigar o fardo financeiro das famílias atingidas pelo aumento geral dos preços, desde alimentos até gasolina.
A inflação ao consumidor no Japão acelerou para 3,0% no ano fiscal de 2022 até março, o ritmo mais rápido em 41 anos, segundo dados do governo.
Defasagem de Salário
As empresas também foram pressionadas a melhorar as condições de trabalho para adquirir talentos globais, uma vez que os salários no Japão permaneceram relativamente baixos em comparação com outros países desenvolvidos.
Os salários do Japão são os mais baixos entre o Grupo das Sete nações industrializadas (G7), de acordo com dados compilados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O salário médio no Japão aumentou cerca de 6% de 1990 a 2021, contrastando fortemente com os Estados Unidos, que tiveram aumentos de aproximadamente 50% durante o mesmo período, mostraram os dados.
== Mundo-Nipo (MN)
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