O Japão registrou um superávit em conta corrente de 833,4 bilhões de ienes em outubro deste ano ante um déficit de 154,3 bilhões de ienes em igual mês do ano passado, marcando o quarto mês consecutivo de “tinta preta”, mostraram dados do governo nesta segunda-feira (8), ressaltando que os rendimentos de entradas robustas de recursos do exterior registraram recordes para o mês, compensando um considerável déficit comercial, comportamento regular nos últimos anos.
O superávit primário em conta corrente, medida mais ampla do comércio japonês com o resto do mundo, teve um crescimento de 48,3%, para 2.018,6 trilhões de ienes em relação à outubro do ano anterior, com a desvalorização do iene ajudando a aumentar os dividendos de investimento direto estrangeiro, informou o Ministério das Finanças em seu relatório preliminar.
O resultado surpreendeu economistas, que aguardavam um superávit mais tímido, de 358 bilhões de ienes. Na balança comercial, o país registrou déficit de 16,9% menor que o anotado em outubro de 2013.
O relatório mostra que as exportações subiram 11,2% ante o ano anterior, para 6.566,9 trilhões de ienes, em reflexo do crescimento das vendas de automóveis, enquanto as importações aumentaram 7,4%, para 7.333,5 trilhões de ienes, devido, em parte, ao aumento das compras de dispositivos de comunicação de outras nações, trazendo o déficit comercial de bens para 766,6 bilhões de ienes.
O excedente de renda foi o maior para outubro desde que os dados comparativos tornam-se disponíveis, em 1985. O setor de serviços, incluindo transporte de passageiros e transporte de cargas, registrou déficit de 216,5 bilhões. Mas o saldo de ganhos com viagens melhorou para um excedente de 8,7 bilhões, conforme o número de turistas estrangeiros no Japão avançou 37,0% ante outubro do ano anterior, para 1,27 milhões, o maior já registrado para o mês.
De acordo com o Ministério, esses números de devem a desvalorização do iene, que registrou queda anual de 10,4% no mês em relação ao dólar e de 2,7% ante o euro.
Um iene fraco geralmente apoia as exportações, tornando os produtos japoneses mais baratos no exterior e aumenta o valor das receitas no exterior em termos de ienes, embora empurre para cima os preços das importações.
Desde o terremoto e tsunami em março de 2011, o Japão vem sendo obrigado a fazer fortes importações de combustíveis para compensar a parada nas usinas nucleares do país, o que vem desequilibrando a balança comercial. Segundo o ministério, o país depende de importações para mais de 90% das suas necessidades energéticas e de 60% de seu fornecimento de alimentos.
(Com Agência Kyodo)
Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.