A economia do Japão superou as previsões de economistas e cresceu expandiu a uma taxa anualizada de 22,9% no período de julho a setembro em termos reais, informou o governo na terça-feira, elevando a cifra de 21,4% registrada do relatório preliminar, já que o reinício da atividade econômica após a pandemia do coronavírus ajudou a apoiar o consumo e o investimento, informou o jornal financeiro Nikkei.
O número mais forte do que o esperado marcou o crescimento mais rápido desde que dados comparáveis foram disponibilizados no trimestre abril-junho de 1980, também afetado por mudanças regulares no método de cálculo, de acordo com o Escritório do Gabinete Japonês.
Analistas do setor privado previram que os dados preliminares permaneceriam praticamente inalterados
Já o Produto Interno Bruto (PIB) real, que corresponde ao valor total dos bens e serviços produzidos no país ajustado pela inflação, aumentou pela primeira vez em quatro trimestres, registrando expansão de 5,3% em uma base trimestral. O número superou os 5% registrados no relatório preliminar.
O consumo privado, que responde por mais da metade do PIB do Japão, disparou 5,1%, revisado para cima a partir da queda de 4,7% no relatório preliminar divulgado em 16 de novembro.
Por sua vez, as despesas de capital caíram 2,4%, uma redução mais suave do que a queda de 3,4% apurada no relatório inicial.
Mudança no método de cálculo do PIB
O investimento em habitação privada foi elevado para uma redução de 5,8% ante a queda preliminar de 7,9%. O oficial do Gabinete citou que a diferença é devido a mudança no método de cálculo do PIB, que ocorre a cada cinco anos.
O PIB agora reflete com mais precisão o valor agregado por atividades como reforma de casas e aluguel por temporada, bem como a produção de filmes, livros e música, segundo o governo.
A mudança também afetou os números do PIB nos anos anteriores. Para o ano fiscal de 2019, que terminou em março deste ano, a economia encolheu 0,3%, marcando o primeiro crescimento negativo em cinco anos, influenciado pelo aumento do imposto sobre o consumo em outubro do ano passado, bem como as consequências do conflito comercial EUA-China.
O governo havia dito anteriormente que a economia se expandiu ligeiramente no ano fiscal passado.
Exportações e importações
Os dados de terça-feira também mostraram que as exportações de bens e serviços saltaram 7,0% no período de julho a setembro, inalterado em relação ao relatório inicial. As importações caíram 8,8%, revisadas para cima de uma queda de 9,8%.
“Algumas estatísticas básicas mais recentes mostraram que o consumo privado em setembro, especialmente nos setores de entretenimento e serviços, teve desempenho melhor do que o esperado, o que afetou a revisão positivamente”, disse o oficial à jornalistas.
Apesar do crescimento, o momento é de cautela
Sobre as perspectivas, os analistas permanecem cautelosos em meio ao recente ressurgimento de infecções por coronavírus no Japão e no exterior.
Atsushi Takeda, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Itochu, disse que a economia vai se estabilizar no trimestre atual e pode encolher no período de janeiro a março.
“O consumo está estagnado desde o final de novembro devido à propagação da pandemia e acredito que esteja em desaceleração em dezembro”, disse ele.
Recuperação
A economia se recuperou do impacto inicial da pandemia de coronavírus, que forçou o Japão a declarar estado de emergência em abril e fez com que encolhesse 29,2% em termo anualizados no período de abril a junho, no que se configurou na pior contração registrada desde 1955.
O PIB real anualizado do Japão totalizou 527,14 trilhões de ienes (US$ 5 trilhões), recuperando-se dos 500,63 trilhões de ienes do trimestre anterior, mas bem abaixo dos 545,72 trilhões de ienes marcados no período de janeiro a março, quando os efeitos da pandemia ainda não haviam se materializado.
Já o PIB nominal, não ajustado pela inflação, cresceu 23,9% na base anual, ante uma expansão de 22,7% apurada no relatório preliminar.
Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Nikkei Asia.
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