A economia do Japão encolheu 2,1% em termos reais anualizados no período de julho a setembro, no que se configura a primeira retração em três trimestres, refletindo a lentidão do consumo privado em meio a preços elevados e o fraco investimento de capital, mostraram dados preliminares do governo nesta quarta-feira (15), de acordo com a Kyodo News.jp.
O Produto Interno Bruto (PIB) real, que representa o valor total dos bens e serviços produzidos no país ajustado pela inflação, caiu 0,5% em relação ao trimestre anterior, de acordo com o relatório divulgado pelo Escritório do Gabinete do Governo.
A leitura foi pior do que a previsão média do mercado, de contração anualizada de 0,42%, em pesquisa realizada pelo Centro Japonês de Investigação Econômica.
O consumo privado recuou 0,04%, caindo pelo segundo trimestre consecutivo, devido à queda nas vendas de veículos e nos gastos com alimentos, enquanto o investimento empresarial diminuiu 0,6%, pelo segundo trimestre consecutivo, afetado pela desaceleração dos gastos com equipamentos utilizados na produção de semicondutores.
Por sua vez, as exportações subiram 0,5%, apoiadas por embarques de automóveis em meio à fraqueza do iene em relação ao dólar.
O crescimento, no entanto, desacelerou em comparação com um salto de 3,9% registrado no trimestre anterior, em parte devido à proibição da China às importações de frutos do mar do Japão após a liberação de água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima no oceano.
As exportações de serviços caíram 0,2%, com o consumo de turistas receptivos caindo pela primeira vez em cinco trimestres.
Já as as importações, cujo crescimento impacta negativamente o PIB, aumentaram 1,0% em comparação com uma queda de 3,8% no trimestre anterior, à medida que os pagamentos de royalties por empresas japonesas a empresas estrangeiras aumentaram.
Os gastos do governo subiram 0,3% com o crescimento dos custos de assistência médica, enquanto o investimento público teve a primeira queda em seis trimestres.
Ainda de acordo com o relatório preliminar divulgado hoje, o PIB nominal caiu 0,04% em relação ao trimestre anterior, e 0,2% a uma taxa anualizada.
Quanto às perspectivas, Keiji Kanda, economista sênior do Instituto Daiwa de Pesquisa, disse que ue a terceira maior economia do mundo deve “permanecer em uma trajetória de recuperação leve, embora longe de ser forte”, projetando um crescimento de cerca de 1% no período de outubro a dezembro.
“Ainda há espaço para recuperação” no consumo privado, ressaltou Kanda, observando que a produção de automóveis ainda não alcançou os pedidos após as suspensões de produção em algumas fábricas domésticas das montadoras. Ele também apontou o crescimento do salário mínimo e a esperada desaceleração da inflação como fatores positivos.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Kyodo News Japan
Foto: Kyodo Images
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