PIB do Japão cresce no 4º trimestre de 2014 e país sai da recessão

O país saiu da recessão técnica após dois trimestres seguidos de contração na economia.

Do Mundo-Nipo com Agências

A economia japonesa teve um crescimento de 2,2% no quarto trimestre de 2014 ante igual período no ano anterior, mostraram dados preliminares do governo nesta segunda-feira (16), sinalizando que o país saiu da recessão técnica após dois trimestres seguidos de contração na economia em termos anualizados.

O crescimento, contudo, foi mais lento do que o esperado por analistas para o período de outubro-dezembro. Economistas consultados pela Dow Jones Newswires e pelo jornal Nikkei previam alta mediana de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) japonês.

A expansão vem após o PIB do país registrar retração de 6,7% no segundo trimestre do ano passado e encolher 1,9% no primeiro, ambos na comparação anualizada. As duas quedas consecutivas configuraram em recessão técnica para os economistas.

Na comparação com o trimestre anterior, a economia apresentou um avanço de 0,6% no último trimestre de 2014. Um resultado também menor do que o esperado, com o mercado estimando alta de 0,9% para o período.

Por outro lado, o consumo privado, que compõe 60% da economia japonesa, mostrou um avanço de 0,3% no trimestre, depois do profundo arrefecimento sofrido nos seis meses seguintes ao aumento de três pontos na alíquota do imposto sobre o consumo, que passou de 5% para 8% no dia 1º de abril do ano passado.

Além da recuperação da demanda, outros componentes de peso do PIB como as exportações e o investimento de capital corporativo, cresceram 2,7% e 0,1 %, respectivamente, no último trimestre de 2014 ante o período julho-setembro. O investimento público, que é um dos três pilares sobre os quais se sustenta a estratégia econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, conhecida como “Abenomics”, cresceu, por sua vez, 0,6%.

Apesar de menor do que o estimado, a expansão do PIB japonês parece dar crédito à decisão de Abe de cancelar um novo aumento do imposto sobre o consumo que o parlamento japonês tinha estabelecido para este ano. Se aproveitando da fragilidade da oposição, o primeiro-ministro convocou eleições antecipadas em dezembro para validar sua estratégia econômica e obteve novamente uma cômoda maioria que permitiu reforçar sua posição e governar até 2018.

Os dados macroeconômicos do Japão para outubro-dezembro foram muito bem recebidos na Bolsa de Tóquio, que fechou no maior patamar em mais de sete anos, nesta segunda. O Nikkei, principal índice da bolsa japonesa, subiu 91,41 pontos (+0,5%), para 18.004,77 pontos, superando o nível de 18.000 pontos pela primeira vez desde o final de julho de 2007 e se recuperando de uma queda de 0,4% registrada na sexta-feira.

(Com informações do jornal Nikkei e das agências Dow Jones Newswires, EFE e Kyodo)

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