Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo
Os preços no atacado do Japão em 2014 subiram pelo segundo ano consecutivo, em meio à desvalorização do iene que tem empurrado para cima os custos com importação e elevado os preços de matérias-primas. O ritmo de crescimento, no entanto desacelerou significativamente em dezembro do ano passado, informou o Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês), sugerindo que a desaceleração no último mês de 2014 é reflexo da baixa cotação do petróleo, que segue ladeira abaixo neste início de ano.
O índice dos preços de bens corporativos subiu 1%, para 102,9 em 2014 contra a base de 100 estabelecida em 2010, dados excluindo o impacto dos 3 pontos percentuais de aumento no imposto sobre o consumo em abril passado, de 5% para 8%, de acordo com o relatório preliminar do banco central japonês, divulgado na última quinta-feira.
Os preços do gás, da água e da eletricidade expandiram cerca de 7,7% em 2014 ante o ano anterior. Já os preços da gasolina e de produtos derivados do carvão cresceram 3,7%, enquanto ferro e aço registraram alta de 2,9%.
Contrariando a tendência de alta, os preços de componentes eletrônicos e dispositivos caíram 3,6%, com a forte concorrência global em meio à disseminação de smartphones, tablets e computadores.
Os preços nos setores da agricultura, da silvicultura e de pescados recuaram 2,1%, enquanto produtos do setor de informática e de equipamentos de comunicações caíram 2,3%.
Na comparação mensal ano-a-ano, só em dezembro, o índice dos preços no atacado subiu 1,9% ante o mesmo mês do ano anterior, para 104,8, marcando o 21º aumento mensal consecutivo, mas o ritmo de crescimento foi o menor desde março passado, e veio depois de um aumento revisado para baixo em novembro, para 2,6%.
Excluindo o impacto da elevação do imposto sobre as vendas, o índice caiu 0,9% em dezembro. Trata-se da segunda queda mensal consecutiva, ampliando o ritmo de queda em relação ao recuo de 0,2% registrados em novembro.
No mesmo período, os preços da gasolina e do carvão deslizaram 8,8% em relação à dezembro de 2013 e 5,7% ante novembro de 2014, enquanto os preços do petróleo caíram mais de 60% nos últimos sete meses.
Os custos com importações, que haviam empurrado os preços dos bens domésticos e corporativos em meio ao iene enfraquecido, subiram 0,5%, enquanto os custos das exportações cresceram 5,9% em dezembro na comparação anual em termos de ienes.
Segundo o BoJ, a elevação se deve aos efeitos de um iene mais fraco que tem empurrado para cima os custos com importação e elevado os preços de matéria-prima. A autoridade monetária enfatiza, no entanto, que o maior agravante para o índice no ano passado se deve aos custos com importação de combustíveis fósseis para o consumo de energia. Isso porque o país ficou totalmente dependente de energias alternativas após o fechamento de suas usinas nucleares na esteira do desastre de 2011 em Fukushima, quando os mais de 50 reatores no país foram paralisados para averiguação de segurança.
Entretanto, o governo afirmou na semana passada que a queda global nos preços do petróleo bruto, que recentemente atingiu mínima histórica, deve impulsionar a economia japonesa, podendo gerar um acréscimo anual de 7 trilhões de ienes (cerca de US$ 58,5 bilhões) ao país.
== Kyodo
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