Atualizado em 05/03/20232
O Japão registrou um déficit comercial de 1,44 trilhão de ienes (US$ 10,7 bilhões) em julho, o que causou um saldo negativo da balança comercial pelo 12º mês consecutivo, mostraram dados do governo nesta quarta-feira (17), sinalizando que o aumento dos preços de importação foram impulsionados pela guerra na Ucrânia e a fraqueza do iene, informou a Kyodo News, site de notícias da Agência Kyodo.
As importações saltaram 47,2% em relação ao ano anterior, para 10,19 trilhões de ienes, aumentando pelo 18º mês consecutivo e elevando o déficit para o maior nível histórico em julho.
Embora tenha crescido pelo 17º mês consecutivo, registrando alta de 19,0% e totalizado 8,75 trilhões de ienes em julho, o índice das exportações japonesas não supera as compras no exterior por exatos 12 meses.
Os valores das importações e exportações foram os mais altos desde que os dados comparáveis foram disponibilizados em janeiro de 1979, de acordo com o relatório preliminar do Ministério da Fazenda.
Analistas alertam que a saída de renda sob o déficit comercial prolongado está prejudicando empresas e famílias em um momento em que a economia em geral mostra poucos sinais de recuperação, com a nova onda da Covid-19 potencializando as dificuldades do país para retomar o crescimento.
As importações dispararam à medida que os preços do petróleo bruto dos Emirados Árabes Unidos, bem como os preços do carvão e gás natural liquefeito da Austrália, ficaram ainda mais altos.
Segundo os dados do ministério, as exportações ganharam, em grande parte, devido aos rápidos embarques de automóveis e dispositivos de fabricação de semicondutores para os Estados Unidos e de diesel para as Filipinas, disse o ministério.
Um funcionário do ministério atribuiu a expansão das importações e exportações principalmente ao aumento dos preços, enquanto disse que os preços do petróleo bruto foram cerca de duas vezes maiores em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O valor das importações de petróleo subiu para 1,14 trilhão de ienes no mês do relatório em relação ao ano anterior, aumentando pelo 16º mês consecutivo, disse o ministério.
A taxa de câmbio média em julho ficou em 136,05 ienes, com o iene totalizando 23,1% de retração em relação ao dólar no ano anterior, acrescentou.
Com as importações dos Estados Unidos subindo 46,9%, para 1,06 trilhão de ienes, aumentando pelo 17º mês consecutivo, o superávit comercial do Japão com a maior economia do mundo caiu 22,4% em relação ao ano anterior, para 512,8 bilhões de ienes.
Por item, as importações de gás natural liquefeito e carvão dos EUA aumentaram significativamente em meio aos esforços do Japão para reduzir sua dependência da energia russa em resposta à agressão de Moscou contra a Ucrânia, que começou no final de fevereiro.
As importações e exportações para a China, a segunda maior economia do mundo, também aumentaram, 34,6% e 12,8% em relação ao ano anterior, respectivamente.
O relatório mostra que computadores e celulares contribuíram para o aumento das importações da China, para 2,21 trilhões de ienes, enquanto componentes eletrônicos, incluindo chips e dispositivos audiovisuais, ajudaram as exportações a subir para 1,78 trilhão de ienes.
Olhando para o futuro, Kazuma Kishikawa, economista do Daiwa Institute of Research, disse que as exportações gerais podem melhorar em um ritmo moderado, mas que os efeitos positivos da desvalorização do iene não devem surgir imediatamente.
Um iene em queda geralmente apoia as exportações, tornando os produtos japoneses mais baratos no exterior e aumenta o valor das receitas no exterior em termos de ienes, ao mesmo tempo em que eleva os preços de importação.
== Mundo-Nipo (MN)
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