Déficit comercial do Japão cai 75% no 1º semestre fiscal

O enfraquecimento da demanda na China e ao aperto monetário nos Estados Unidos e na Europa deixam as perspectivas para o crescimento das exportações cada vez mais incertas.
Porto de Tóquio | ©Kyodo Images
Porto de Tóquio | ©Kyodo Images

O déficit comercial do Japão despencou 75,1% no primeiro semestre do ano fiscal de 2023, para 2,72 trilhões de ienes (US$ 18 bilhões), devido, em parte, à redução dos gastos com energia importada e ao enfraquecimento do iene, enquanto as exportações cresceram para um nível recorde, mostraram dados do governo nesta quinta-feira (19), informou a Kyodo News.

O país, que é notório pela escassez de recursos, ficou no vermelho pelo quinto ano consecutivo no primeiro semestre, com as perspectivas para o crescimento das exportações cada vez mais incertas em meio ao enfraquecimento da demanda na China e ao aperto monetário agressivo nos Estados Unidos e na Europa.

As importações chegaram a 52,96 trilhões de ienes, queda de 12,4%, à medida que o valor do petróleo bruto, do gás natural liquefeito e do carvão diminuiu.

Por sua vez, as exportações registraram recorde de 50,24 trilhões de ienes, alta de 1,4%, ajudadas pelos robustos embarques de automóveis para os Estados Unidos, disse o Ministério das Finanças em um relatório preliminar.

A guerra entre Israel e o Hamas aumentou as tensões no Oriente Médio, região notória pela produção de petróleo, o que deixou os mercados financeiros em alerta sobre os riscos geopolíticos.

Como a maioria das importações de petróleo bruto do Japão são oriundas dessa região, analistas dizem que os preços mais altos, juntamente com a fraqueza persistente do iene, podem significar maiores déficits comerciais para o país nos próximos meses.

O Japão registrou um enorme déficit de 10,91 trilhões no período de abril a setembro de 2022, o maior desde que dados comparáveis se tornaram disponíveis em 1979, ressaltando a vulnerabilidade de uma nação fortemente dependente de importações para atender às suas necessidades domésticas de energia.

As exportações de automóveis atingiram um nível recorde, impulsionadas pela robusta demanda dos EUA, à medida que a escassez de chips que forçou as montadoras a cortar a produção diminuiu.

Índices por países e regiões

Os embarques do Japão para os Estados Unidos cresceram 10,6%, para um recorde de 10,08 trilhões de ienes, enquanto as importações caíram 6,0%, para 5,59 trilhões de ienes, traduzindo-se em um superávit de 4,49 trilhões de ienes.

O déficit comercial do Japão com a China continuou a se expandir, atingindo 2,87 trilhões de ienes, à medida que as exportações caíram mais do que as importações, em um desenvolvimento preocupante, já que a recuperação deste país das consequências da COVID-19 tem sido fraca e os problemas imobiliários persistem.

As exportações caíram 8,2%, para 8,91 trilhões de ienes, em comparação com as importações, que caíram 6,2%, para 11,77 trilhões de ienes.

Com a Ásia, incluindo a China, o superávit comercial do Japão encolheu 23,4%, para 989,74 bilhões de ienes, e seu déficit com a União Europeia caiu mais da metade em relação ao ano anterior, para 401,44 bilhões de ienes.

Somente em setembro, o Japão registrou um superávit comercial de 62,44 bilhões de ienes, com as exportações crescendo pela primeira vez em três meses.

Os embarques de carros para os Estados Unidos e a Europa impulsionaram as exportações gerais para um recorde de 9,20 trilhões de ienes, alta de 4,3%. As importações caíram 16,3%, para 9,14 trilhões de ienes.

As exportações de alimentos para a China caíram 58,0%, refletindo, em parte, sua proibição de importações de frutos do mar do Japão após a liberação de água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima.

O Japão teve um superávit comercial de 955,07 bilhões de ienes com os Estados Unidos, mas registrou um déficit com a China de 570,96 bilhões de ienes pelo 30º mês consecutivo de tinta vermelha, mostraram os dados.

A economia do Japão recebeu um impulso do crescimento das exportações nos últimos trimestres, com uma recuperação do turismo receptivo dando apoio.

Nos seis meses até setembro, o dólar subiu 5,6% em relação ao iene, já que o Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) manteve as taxas ultra baixas, enquanto o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) elevou as taxas de juros para conter a inflação.

Um iene fraco aumenta os custos de importação, um fator importante que acelera a inflação do Japão há mais de um ano.

== Mundo-Nipo (MN)
Foto: Kyodo Images

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