Do Mundo-Nipo com agências
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta terça-feira (24) um pacote de medidas para impulsionar o crescimento de longo prazo do país, entre elas a redução dos impostos corporativos graduais, estímulo às mulheres no mercado de trabalho e promoção da mão de obra estrangeira.
“O governo decidiu hoje reforçar nossa estratégia de crescimento de maneira decidida”, afirmou Abe em coletiva de imprensa transmitida ao vivo pela TV.
Apesar de variar de acordo com a região, o corte futuro na taxa de imposto efetiva de empresas, um dos mais caros do mundo e que atinge uma média de 35% (35,64% em Tóquio), cairá para menos de 30% ao longo dos próximos anos, objetivando reduzir o peso sobre as companhias japonesas para ajudá-las frente a seus concorrentes no exterior.
A proposta dos cortes, no entanto, atiçou temores de que a saúde fiscal do Japão –a pior entre as economias desenvolvidas– pode deteriorar ainda mais, já que Abe ainda não decidiu como cobrir uma possível queda na arrecadação o corte de impostos corporativos.
As novas medidas prometem também reformar o Fundo de Investimento de Pensão do Governo de US$ 1,26 trilhão de maneira provável a realocar mais dinheiro ao mercado acionário.
Com a preocupação de que uma intensificação na redução da população trará uma escassez de mão de obra, o governo vai facilitar a entrada e permanência de trabalhadores estrangeiros. Além disso, irá promover o trabalho de estrangeiros no setor de limpeza e enfermagem para ajudar as mulheres que trabalham, bem como incentivá-las a procurar emprego.
As reformas propostas no setor da saúde vai incluir um sistema expandido de tratamento médico que combina serviços de segurados e não segurados com base nos pedidos dos pacientes. No setor agrícola, o governo vai tentar aumentar a escala das exportações japonesas para 5 trilhões de ienes em 2030, visando o acordo de livre comércio, conhecido como Parceria Transpacífico (TPP), que incluiu o pacto de eliminação tarifária norte-americana.
O novo plano é a “terceira flecha” do chamado “Abenomics”, que faz parte das reformas políticas de Abe, no qual promete acabar com a deflação e gerar crescimento sustentável, baseado no gasto público e flexibilização monetária.
O gabinete de Abe, formado em dezembro de 2012, aprovou a estratégia de crescimento em junho do ano passado, mas a maioria das propostas não abriram novos caminhos e provocou decepção entre os participantes do mercado financeiro, forçando o governo a elaborar uma versão revisada.
Especialistas dizem que a última parte de sua política econômica é um passo na direção certa, mas querem ver como ela será desenvolvida e implementada.
“Mesmo depois de a estratégia de crescimento do governo ser anunciada, várias leis precisam ser decretadas, e levará tempo para as empresas começarem a agir. Portanto, levará 10 a 20 anos para que a taxa potencial de crescimento suba”, disse Kenji Yumoto, vice chairman do Instituto de Pesquisa do Japão.
(Com informações das agências Kyodo e Reuters)
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