Inflação ao consumidor no Japão volta a acelerar alta

A leitura do principal índice que mede a inflação japonesa segue acima da meta de inflação de 2% do Banco do Japão por 19 meses consecutivos.
Preços de produtos em mercado no Japão | ©Kyou jp
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O principal índice que mede os preços ao consumidor do Japão acelerou alta em outubro após registrar queda no ritmo de crescimento no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira (24) pelo governo do país, reiterando a fragilidade da economia em meio aos fracos gastos dos consumidores e das empresas.

Segundo o relatório do Ministério do Interior e Comunicações, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que inclui os custos de de energia, mas exclui os preços voláteis dos alimentos frescos, subiu 2,9% em outubro na taxa anual, em um cenário de menos subsídios à eletricidade e energia, que foram cortados pela metade, de acordo com o jornal financeiro Nikkei.

A alta em outubro veio após o índice ter desacelerado para 2,8% em setembro, de 3,1% em agosto, a primeira vez que ficou abaixo de 3% desde agosto de 2022.

O indicador mais restrito de inflação, ou núcleo do núcleo do IPC, que exclui os custos de alimentos frescos e de combustíveis, subiu 4,0% no ano até outubro, desacelerando em relação ao avanço de 4,2% em setembro, mas permanecendo acima de 4,0% pelo sétimo mês consecutivo.

As taxas hoteleiras aumentaram 42,6% em termos homólogos, contra 17,9% no mês anterior, refletindo a forte procura turística receptiva e o fim do estímulo de viagens domésticas pós-Covid do governo.

Os preços dos alimentos, excluindo alimentos in natura, aumentaram 7,6% em outubro, mas o ritmo diminuiu de 8,8% em setembro.

Segundo informações da Kyodo, os preços mais elevados dos bens de uso diário prejudicaram o sentimento do consumidor, uma vez que o crescimento dos salários não conseguiu acompanhar a inflação. O crescimento econômico do Japão estagnou no trimestre julho-setembro devido aos fracos gastos tanto dos consumidores como das empresas.

Em contrapartida, os preços da energia caíram 8,7% no décimo mês do ano, pressionados pelos subsídios governamentais para reduzir os custos da gasolina e de outros combustíveis para apoiar as famílias. A queda foi menor que os 11,7% do mês anterior.

Entretanto, os preços do querosene subiram 4,8% e a gasolina aumentou 5,0% em outubro.

O governo decidiu prolongar os subsídios aos combustíveis até à próxima primavera japonesa, que inicia em março de 2024, como parte do seu pacote de apoio à economia, que também inclui cortes temporários de impostos e pagamentos às famílias de baixa renda, juntamente com incentivos fiscais para as empresas aumentarem os salários.

Aliás, os salários reais no Japão caíram 2,9% em setembro em relação ao ano anterior, marcando o 18º mês consecutivo de queda, enquanto os gastos das famílias registram sete meses seguidos de retração.

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Segundo a Reuters, a leitura do índice de inflação segue acima da meta de inflação de 2% do Banco do Japão por 19 meses consecutivos, mas o BOJ insistiu que as pressões de custo são, em grande parte, impulsionadas pelos preços mais altos das commodities globais e pelo iene mais fraco, e não um sinal de ganhos de preços sustentáveis liderados por uma demanda doméstica mais forte e crescimento salarial.

Contudo, o resultado do IPC em outubro reforça as opiniões dos investidores de que a inflação persistente pode levar o Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) a reverter o estímulo monetário em breve.

== Mundo-Nipo (MN)

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