Do Mundo-Nipo com agências
O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Japão em julho teve uma alta de 3,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, registrando o 15º mês consecutivo de aumento, mostraram dados do governo nesta sexta-feira (26).
O índice, que exclui os preços voláteis dos alimentos frescos, situou-se em 103,6 pontos contra uma base de 100 estabelecida em 2010, de acordo com os números do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações.
Mas se descontados os efeitos do aumento do imposto sobre consumo , o núcleo do CPI avançou 1,1% ao ano em agosto, seguindo um cálculo feito pelo Banco Central do Japão. A alta na taxação ocorreu em 1º de abril, de 5% para 8% sobre as vendas domésticas.
Quando considerados os alimentos frescos, o chamado CPI cheio, a inflação ao consumidor avançou 3,3% ao ano em agosto. Na comparação mensal, o CPI cheio avançou 0,2% em agosto sobre julho.
Já o núcleo do CPI para a área metropolitana de Tóquio subiu 0,2% em relação a julho e cresceu 2,9% na base anual, para 102,3 pontos. Na base mensal, o núcleo de preços ao consumidor do Japão ficou abaixo dos 3,2% esperados pelo mercado e o de Tóquio ficou abaixo dos 2,7%. Em julho, os índices ficaram em 3,3% e 2,7%, respectivamente.
A inflação de Tóquio é vista como um indicador antecipado da evolução dos preços para o resto do Japão.
O governo japonês vem tomando medidas de estímulos econômicos para forçar uma inflação anual de 2%, meta que pretende alcançar em meados do ano que vem.
Os dados dessa sexta-feira são preocupantes quando se olha para o núcleo do CPI descontado o efeito do aumento no imposto sobre vendas, usado pelo governo para confrontar com a meta.A alta de 1,1% registrada em agosto veio abaixo das previsões do mercado, de alta de 1,2%. E também veio abaixo das altas de 1,3% obtidas em julho e junho.
Economistas consultados pelo ‘Valor Econômico’ acreditam que a inflação no Japão vai ficar em ritmo moderado daqui até o fim do ano, mas que isso não será suficiente para que o Banco Central do Japão tome medidas de flexibilização monetária, como desejam os agentes do mercado japonês.
Para eles, o mais provável é que esse tipo de medida fique para o encontro de política monetária a ser promovido pelo Banco Central local em abril, quando se inicia o próximo ano fiscal. “Até lá, é baixa a possibilidade de mudanças”, diz Thieliant.
Até lá, porém, existe a possibilidade de a situação se degradar. Para Junichi Makino, economista chefe da corretora SMBC Nikko Securities, há um temor no mercado de que o CPI descontado o aumento no imposto sobre consumo caia para um patamar abaixo de 1%, rompendo uma linha psicológica importante.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tem sido mais otimista e aponta que a inflação permanecerá fraca ainda no trimestre entre julho e setembro, mas que depois irá acelerar até que se alcance a meta em meados de 2015.
(Com Valor Econômico e agência Kyodo)
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