Inflação no Japão fica instável em julho, após 25 meses seguidos de alta

O núcleo dos preços ao consumidor em Tóquio, que é um dos principais indicadores de preços em todo o país, registrou deflação de 0,1%.
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O principal indicador da inflação ao consumidor no Japão ficou inalterada em julho, na comparação com igual mês do ano passado, o que representa a primeira vez que o indicador se estagna após 25 meses consecutivos de altas, conforme mostraram dados divulgados pelo governo japonês nesta sexta-feira (28), indicando, mais uma vez, que o resultado reflete a queda global nos preços do petróleo nos últimos meses.

O resultado, no entanto, superou as expectativas do mercado, que estimava uma deflação mediana de 0,1% no período. Por outro lado, a evolução dos preços em julho parece estar abaixo das previsões do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), que se esforça para evitar que o país volte a deflação e alcançar a meta de uma inflação firme de 2% ao ano.

O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Japão, que exclui os preços voláteis dos alimentos frescos, situou-se em 103,4 em julho contra a base de 100 estabelecida em 2010, mesmo nível registrado no mês anterior. Na base mensal, o índice teve variação zero, de acordo com os números do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do país.

Os principais avanços anualizados foram registrados nos setores de alimentação (2,5%) e na educação, roupa e calçados, onde os preços aumentaram 1,4%.

Por outro lado, os que mais contribuíram em baixa foram os preços da luz, da água e dos combustíveis, que caíram 4,7%, assim como o do transporte e das comunicações, com um retrocesso anualizado de 2,3%, segundo os dados do Ministério.

Já o núcleo do IPC para a área metropolitana de Tóquio, que é um dos principais indicadores de preços em todo o país, ficou em 102,0 pontos, o que representa uma deflação de 0,1%, em linha com as expectativas. A medição em Tóquio se refere a agosto, portanto um mês à frente do indicador do país. Isso significa que o medidor da capital pode servir como uma prévia para o que virá no próximo resultado do país inteiro.

O banco central japonês ativou em abril de 2013 um programa de estímulo monetário em massa para acabar com quase duas décadas de deflação e conseguir em 2015 uma inflação anualizada próxima a 2%.

No entanto, a aguda queda dos preços do petróleo obrigou o BoJ a diminuir suas previsões em um décimo e atrasar os prazos de seu programa, razão pela qual em julho anunciou que espera uma alta do IPC de 1,9% em algum momento do próximo ano fiscal, que no Japão começa em 1º de abril de 2016.

*A tabela com os dados completos pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações.

Fontes: Agência EFE | Agência Kyodo | Ministério do Interior.

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