Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo
A produção industrial do Japão caiu 1,5% em agosto em termos dessazonalizados na comparação com o mês anterior, mostraram dados do governo nesta terça-feira (30), sinalizando que a demanda continua lenta desde a elevação do imposto sobre o consumo em 1º de abril, com as empresas ainda lutando para se recuperar dos efeitos negativos após o aumento.
O resultado é bem pior do que a projeção mediana de economistas, que esperavam um crescimento médio de 0,3% na mesma base de comparação mensal. Em julho, a produção havia subido 0,4% ante junho, nos dados com ajuste sazonal.
Na mesma base de comparação, o índice da produção nas fábricas e minas situou-se em 95,5 contra a base de 100 estabelecida em 2010, enquanto na base anual, o índice recuou 2,9% em agosto ante o mesmo mês no ano anterior, de acordo com o relatório preliminar do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI).
Com o resultado, o ministério mudou o seu ponto de vista anunciado nos meses posteriores ao aumento do imposto, quando afirmava que “a produção industrial se mantinha plana”. Agora, o ministério usa o termo “enfraqueceu” em sua avaliação básica da produção.
O relatório do ministério aponta ainda que o índice de embarques industriais caiu 1,9%, para 94,1, enquanto o de estoques subiu 1,0%, para 112,7, o maior nível desde fevereiro de 2009.
Economistas disseram que a demanda foi lenta especialmente para itens duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e eletrônicos, com o aumento dos estoques dificultando uma recuperação da produção.
A produção por fabricantes de equipamentos de transporte, incluindo os fabricantes de automóveis, caiu 3,8% no mês de agosto, marcando a terceira queda mensal consecutiva, enquanto a produção de equipamentos eletrônicos de comunicação, incluindo computadores pessoais e câmeras, declinou 2,5%, sinalizando a sétima queda mensal consecutiva.
Fabricantes de maquinários elétricos, que fazem produtos como condicionadores de ar, viu sua produção cair 3,2%, apresentando redução pelo quinto mês consecutivo.
“Isso vai levar mais algum tempo para a demanda (de automóveis e eletrodomésticos) se recuperar”, disse Junichi Makino, economista-chefe da SMBC Nikko Securities Inc.
Os fabricantes pesquisados pelo ministério esperam que a produção salte para 6,0% em setembro, aparentemente em reação a uma queda neste mês, mas retornando a cair 0,2% em outubro.
Makino disse ainda que a produção trimestral, no período de julho a setembro, deverá recuar 0,7%, após uma queda de 3,8% no trimestre abril-junho, sinalizando que a economia permanecerá lenta em reflexo ao aumento do imposto em 3 pontos percentuais para 8%, que entrou em vigor no dia 1º de abril.
A produção industrial, que mede o ritmo das fábricas, é considerada um indicador chave para antecipar o desempenho da economia do país, altamente dependente do setor manufatureiro.
== Kyodo
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