Japão quer se tornar o maior produtor de energia eólica offshore

Em busca de uma economia com emissão zero, o Japão aceitou licitações offshore para construir fazendas eólicas capazes de gerar 1,8 gigawatt.
Geração de energia eólica em Fukushima | ©Depositphotos
Geração de energia eólica em Fukushima | ©Depositphotos

O Japão planeja se tornar um dos maiores produtores de energia eólica offshore do mundo, juntando-se a países como China e Reino Unido, enquanto faz a transição para uma economia de emissão zero, ao mesmo tempo em que busca maior segurança energética, informou a agência Reuters.

As empresas japonesas têm ativos eólicos offshore de Taiwan à Bélgica e Reino Unido, mas ainda não construíram fazendas eólicas de grande escala em casa.

Na semana passada, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) e o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo terminaram de aceitar propostas para a segunda grande rodada de licitações eólicas offshore para construir capacidade de 1,8 gigawatt (GW) em quatro áreas.

Abaixo estão os principais fatos sobre o setor eólico offshore do Japão.

CAPACIDADE

O Japão tinha 136 megawatts (MW) de capacidade eólica offshore instalada em 2022, uma fração em comparação com quase 14 GW no Reino Unido e 31 GW na China, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica.

O país asiático pretende ter 10 GW até 2030 e até 45 GW operacionais até 2040, pois deseja que as energias renováveis ​​forneçam de 36% a 38% de seu mix de eletricidade até o final desta década, de cerca de 20% agora e tem como meta tornar-se neutro em carbono até 2050 .

Um consórcio liderado por Marubeni lançou as primeiras operações eólicas offshore comerciais em grande escala do Japão: no porto de Noshiro (84 MW) e no porto de Akita (55 MW) no final de 2022 e início de 2023, respectivamente.

A Marubeni ganhou esses projetos com o programa de tarifas feed-in para energia renovável, antes de o governo aplicar uma nova lei em 2019 para aprimorar o desenvolvimento de parques eólicos offshore fora das áreas portuárias, introduzindo um esquema de leilão público.

A MHI Vestas Offshore Wind, uma joint venture entre a fabricante dinamarquesa Vestas Wind Systems A/S e a Mitsubishi Heavy Industries, forneceu turbinas fixas para as fazendas de Marubeni.

PRIMEIRA RODADA

Um consórcio liderado pela Mitsubishi venceu todos os três leilões de parques eólicos offshore em 2021 nas prefeituras de Akita e Chiba, com capacidade combinada de 1,7 GW e início previsto para 2028-2030. Todos os três terão estruturas fixas no fundo.

A General Electric fabricará um total de 134 turbinas eólicas com 13 MW de capacidade cada, que a japonesa Toshiba montará e se encarregará da manutenção.

SEGUNDA RODADA

O leilão do governo para mais 1,8 GW de capacidade, realizado em seis meses, foi concluído em 30 de junho. Os vencedores serão anunciados até o final de março de 2024, embora possam ser conhecidos já em dezembro.

Foram leiloados quatro áreas, todas com estruturas fixas no fundo. Vaja abaixo:

  • Happo Town e Noshiro City, na Prefeitura de Akita (356 MW)
  • Cidade de Oga, cidade de Katagami e cidade de Akita, na província de Akita (336 MW)
  • Cidade de Murakami e cidade de Tainai, na província de Niigata (700 MW)
  • Enoshima, cidade de Saikai, na província de Nagasaki (424 MW)

De acordo com as regras revisadas, as empresas não podem divulgar se pretendem fazer uma oferta.

A JERA, principal geradora de energia do Japão, disse que estava conduzindo procedimentos de avaliação ambiental para o projeto Oga-Katagami-Akita e o projeto Happo-Noshiro.

A Itochu Corporation, a Tokyo Gas Company, entre outras empresas, estão considerando licitar alguns dos projetos, de acordo com o jornal de negócios Nikkei.

FLUTUANTE OFFSHORE

Em 2021, o governo selecionou um consórcio de seis empresas lideradas pela Toda Corporation para construir o parque eólico offshore flutuante Goto, de 16,8 MW, na província de Nagasaki. Foi a única licitante em um leilão público para o pequeno projeto.

O Japão está trabalhando para criar um novo roteiro para energia eólica offshore flutuante até o final de março de 2024.

EXPERIÊNCIA

As empresas estrangeiras provavelmente precisarão de parceiros japoneses para participar dos leilões, pois precisam discutir planos com autoridades locais, pescadores e moradores, cuja oposição levou ao cancelamento de alguns projetos de energia eólica no passado.

AInda de acordo com a Reuters, o Reino Unido quer participar do desenvolvimento da energia eólica offshore do Japão por meio de opções que vão desde a participação de suas empresas de energia até o fornecimento de financiamento e seguro, disse o secretário de Segurança Energética, Grant Shapps, à Reuters em abril.

Na época da primeira rodada, várias empresas estrangeiras, incluindo a dinamarquesa Orsted, a alemã RWE e a norueguesa Equinor, demonstraram interesse em entrar no mercado japonês.

== Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Reuters | Nikkei
Foto: Depositphotos

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