Atualizado em 10/08/2022
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse na quinta-feira (5) que seu país utilizará reatores nucleares para ajudar a reduzir sua dependência, bem como de outros países, da energia russa, informou a agência Reuters.
O Japão se tornou mais dependente do gás russo desde que desligou seus reatores nucleares em razão do acidente na Central Nuclear de Fukushima I, provocado pelo gigantesco tsunami gerado pelo forte terremoto ocorrido em março de 2011, e cuja potência devastou grande parte do nordeste japonês.
Para isso, Kishida afirmou que 150 trilhões de ienes (aproximadamente US$ 1,16 trilhão, ou R$ 5 trilhões ) em investimentos seriam levantados na próxima década com o intuito de atingir suas metas de neutralidade de carbono até 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 46% até 2030 e ainda esboçou um roteiro para 2030 focado em maximizar os preços de carbono pró-crescimento econômico e promoção de projetos de longo prazo.
Após mais de uma década do terremoto e tsunami de março de 2011 desencadearem a pior crise nuclear desde Chernobyl, a energia nuclear continua sendo uma questão difícil no Japão, país onde apenas 10 de suas 30 usinas estão operando atualmente, de acordo com a Associação Mundial de Energia Nuclear (WNA, na sigla em inglês).
Contudo, a maioria do público e das empresas querem que o governo reinicie os reatores nucleares para garantir a segurança energética, com a crise na Ucrânia e os custos mais altos de energia dando impulso a essa mudança de opinião.
Diante das eleições em julho e do aumento dos preços da energia que estão apertando o orçamento dos eleitores, Kishida afirmou que a energia nuclear fará parte da futura política energética do país que, segundo a WNA, importa aproximadamente 90% de sua energia.
Ele disse que o Japão abordará a “vulnerabilidade de nossa própria autossuficiência energética” ampliando a origem de onde compra energia, promovendo energias renováveis e usando energia nuclear para diversificar suas fontes de geração.
“Vamos utilizar reatores nucleares com garantias de segurança para contribuir para a redução mundial da dependência da energia russa”, disse Kishida a uma audiência no distrito financeiro de Londres.
“Reiniciar apenas um reator nuclear existente teria o mesmo efeito que fornecer 1 milhão de toneladas do novo GNL (Gás Natural Liquefeito) por ano ao mercado global”.
Durante sua fala, Kishida também dirigiu-se aos investidores em Londres com mensagens pró-investimento, afirmando que o Japão é um investimento seguro, já que conta com crescimento sustentável, mercado estável e empresas confiáveis, segundo a Reuters.
== Por Carla David Cornelio / Mundo-Nipo
Bacharel em Administração / Graduanda em Gestão de Comércio.
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