Do Mundo-Nipo
Milhares de manifestantes contrários à energia nuclear se reuniram neste domingo (9) em diversas localidades do Japão, num momento em que o país se aproxima do terceiro aniversário do desastre no complexo nuclear em Fukushima, em 11 de março de 2011, desencadeando a pior crise nuclear desde Chernobyl.
Nos protestos em Tóquio, antes de partirem em direção ao parlamento, milhares de manifestantes reuniram-se no Hibiya Park, um parque no coração da capital do Japão, junto dos ministérios e de outros complexos governamentais.
Os manifestantes criticaram a indústria nuclear e o primeiro-ministro, Shinzo Abe, que tem insistido que a situação na central nuclear Fukushima Daiichi é segura e que a energia é essencial para um arquipélago desprovido de recursos naturais, de acordo com a Agência Kyodo.
“É importante que continuemos para nos fazer ouvir”, disse o manifestante Yasuro Kawai, de 66 anos, residente na província de Chiba, a leste de Tóquio, à Agência Kyodo.
“Se continuarmos esta política de nuclear zero e se fizermos esforços para promover a energia renovável, investindo em tecnologias com baixo consumo de energia é possível viver sem a energia nuclear”, defendeu Yasuro Kawai.
Na concentração do protesto em Tóquio, foram instalados painéis solares e dezenas de comerciantes promoviam produtos fabricados na região do desastre.
O movimento também atraiu celebridades, como o músico Ryuichi Sakamoto, ganhador do Oscar pela trilha sonora do filme “O Último Imperador”, e Kenzaburo Oe, um escritor japonês agraciado com o Nobel de Literatura de 1994. Ambos participaram dos protestos em Tóquio. Sakamoto discursou para milhares durante a concentração no Hibiya Park.
Durante a manifestação em Aomori, no nordeste do Japão, o escritor Satoshi Kamata e o poeta Arthur Binard ostentaram uma bandeira na qual pedia um “Japão livre de armas nucleares”.
Em Okayama, província no oeste do Japão, centenas de manifestantes pediam repetidamente o “fim da energia nuclear” em gritos simultâneos. Um grupo carregava uma bandeira pintada à mão com os dizeres: “Nossos corações estão com as pessoas de Fukushima”, detalhou uma publicação do jornal The Asahi Shimbun.
Ativistas prometeram vetar a pretensão do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe de reiniciar alguns dos 48 reatores ociosos no país. Abe alega que o compromisso do governo anterior de reduzir agressivamente a dependência do país em energia nuclear prejudica a economia, já que os custos de importações de petróleo subiram desde o desastre. Segundo ele, os gastos com combustível têm retardo o progresso de seu plano de governo para alavancar a economia estagnada e acabar com uma deflação que perdura a mais de 15 anos.
(Do Mundo-Nipo com The Asahi Shimbun e Agência Kyodo)
Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.