Do Mundo-Nipo com Agências
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que “aumentará os esforços” para retomar a caça comercial de baleias na Antártida, mesmo após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ter decretado a proibição de tal atividade.
Segundo informou a Agência EFE, a declaração aconteceu na segunda-feira (9), durante um discurso do premiê no Comitê de Finanças da Câmara Alta. Abe reiterou sua posição de defender a pesca de baleias, alegando tratar-se de questões culturais, afirmando também que o ato é necessário para “realização de uma pesquisa científica indispensável”.
“Com este objetivo, aumentarei os esforços para conseguir o entendimento da comunidade internacional”, disse o primeiro-ministro do Japão, que também lamentou o fato de outros países “não entender uma parte da cultura japonesa”.
Abe insistiu sobre o “respeito” e o “apreço” que essas localidades japonesas que praticam esta pesca tradicional têm pelas baleias e, desta forma, rejeitou a “percepção exterior” que qualifica a caça destes mamíferos como um ato “sem piedade”, detalha a Agência EFE.
O Japão cancelou sua campanha de pesca na Antártida após o CIJ anunciar sua decisão no último mês de março, e decidiu reduzir sua cota no Pacífico norte para 210 capturas durante o ano em exercício, 170 a menos que na temporada anterior.
A decisão do tribunal de Haia não afeta seu outro “programa científico” no Pacífico Norte e nem as pescas comerciais que o Japão realiza em suas costas.
A decisão do CIJ e as críticas da comunidade internacional elevaram a pressão para que o Japão pusesse fim também a caça de baleias no Pacífico Norte, que, segundo Tóquio, possui fins científicos.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal ‘The AsahiShimbun’, 60% dos japoneses acreditam que o país deveria manter seu programa científico de pesca de baleias apesar da sentença da CIJ, sendo que 48% admitiu ter comido a carne deste mamífero pelo menos alguma vez.
(Com informações das Agências EFE e Kyodo)
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