Do Mundo-Nipo com Agências
A Companhia de Energia Elétrica de Kyushu, operadora da usina de Sendai, informou que o primeiro reator nuclear reativado no Japão começou a gerar energia nesta sexta-feira (14). O reator 1 da usina de Sendai, no sul do Japão, foi reativado na última terça-feira, quando tornou-se o primeiro a ser reiniciado após o acidente no complexo nuclear em Fukushima, em março de 2011, o que provocou o fechamento de todas as usinas nucleares no país a partir de setembro de 2013.
Imagens divulgadas pela operadora mostraram os trabalhadores da central aplaudindo o momento que os equipamentos de produção começaram a funcionar sem problemas, às 9h00 locais (21h00 de quinta-feira no horário de Brasília).
A retomada da exploração comercial gerada pela unidade na central de Sendai, localizada em Kagoshima, na ilha de Kyushu, deverá ocorrer no início de setembro, depois de um aumento gradual da potência e de uma verificação do bom funcionamento da instalação, informou um porta-voz da operadora.
A reativação do complexo de Sendai representa a primeira vez que o Japão volta a contar com energia nuclear desde setembro de 2013, quando todos os reatores operantes no país foram interrompidos por causa do acidente nuclear na usina Fukushima Daiichi, provocado pelo gigantesco tsunami gerado após o terremoto de 9 graus em 11 de março de 2011, que devastou parte do nordeste japonês.
Em meio ao início da crise nuclear no país, o reator 1 em Sendai, que inicialmente começou a funcionar em julho de 1984, foi desligado em 10 de maio de 2011 para seu ciclo de manutenção regular, que dura entre três e quatro meses. No entanto, não foi reativado devido à decisão das autoridades de instaurar normas de segurança mais severas após o desastre em Fukushima.
Em 2012 foi então formado o organismo governamental denominado Autoridade Reguladora Nuclear (NRA, na sigla em inglês), com o fim de estabelecer protocolos de segurança mais rigorosos.
Desde que o Japão teve todos os seus complexos nucleares inoperantes, o reator 1 em Sendai foi o primeiro a superar os novos requerimentos mais rígidos em matéria de segurança. A segunda unidade de fusão da usina, cuja reativação está prevista para outubro, também superou o exame, da mesma forma que outros dois reatores da usina de Takahama, no oeste do Japão.
O Japão tinha 54 reatores operacionais antes da destruição de seis unidades da central de Fukushima. Dos 48 restantes, pelo menos cinco devem ser desmantelados.
O governo do conservador Shinzo Abe e as companhias elétricas do país têm defendido a reativação de usinas que cumpram com os novos padrões de segurança por causa dos aumentos dos custos com a compra de hidrocarbonetos, necessários para o funcionamento das centrais térmicas que estão funcionando a pleno vapor.
Desde o blecaute das usinas, Japão passou a importar 90% de seu petróleo, bem como todo o carvão e gás natural, o que levou o país a sofrer um forte déficit na sua balança comercial.
Além dos altos custos com importação de energia, Abe insiste que o uso extensivo das centrais térmicas impede a adoção de planos ambiciosos para reduzir às emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa.
Com a retomada do programa de energia nuclear, o governo de Abe deseja que os reatores gerem 22% da energia elétrica no Japão até 2030, um porcentual menor que antes de Fukushima.
No entanto, segundo indicam as pesquisas, a maior parte da população é contrária a reativação dos reatores pelo temor de um novo acidente, o que tem gerado fortes protestos em todo o país.
Fontes: Agência Reuters | Agência Kyodo | NHK News.
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