Carregamento de plutônio está em porto francês a espera de embarcar rumo ao Japão

Um carregamento de combustível nuclear, que está em um porto francês, encontra-se à espera de autorização para embarcar com destino ao Japão.

Do Mundo-Nipo

Um carregamento de combustível nuclear, que está no porto de Cherbourg, noroeste da França, encontra-se à espera de autorização para embarcar com destino ao Japão.

 

Porto de Cherburgo - França (Imagem divulgação)
Dois navios de uma empresa inglesa serão responsáveis pelo transporte da “perigosa” carga. Cada navio está equipado com artilharia de calibre 33 mm (Porto de Cherburgo – França / Imagem divulgação)

 

O carregamento provém da Areva, usina nuclear de Beaumont-Hague, no norte da França. Esta é a primeira vez que um carregamento de combustível nuclear é transportado para o Japão após o acidente nuclear em Fukushima.

De acordo com a imprensa local, dois navios de uma empresa inglesa serão responsáveis pelo transporte do combustível. Cada navio está equipado com artilharia de calibre 33 mm. Além disso, uma unidade da tropa do Reino Unido vai acompanhar a viagem de forma a garantir a segurança da “perigosa” carga.

A Areva declarou que o itinerário e hora de chegada serão divulgados somente após o embarque. A mesma usina já forneceu cinco lotes de combustível nuclear ao Japão. O quinto deveria ter chegado em 2011, mas foi cancelado devido a tragédia de 11 de março de 2011, quando o terremoto de magnitude 9, seguido de um grande tsunami, que devastou parte do nordeste japonês, atingiu a usina nuclear Fukushima Daiichi, desencadeando uma das piores crises nucleares do planeta.

Na terça-feira (16), quando a carga nuclear foi transportada da usina Areva até o porto da cidade de Cherburgo, cerca de mil policiais acompanharam o comboio ao longo dos 40 km de percurso.

Organizações ambientalistas também acompanharam o trajeto, que foi marcado por protestos e exigências para o cancelamento do transporte “perigoso”.

Segundo a organização ecologista Greenpeace, trata-se de um carregamento de 10 toneladas de MOX, que contém entre 650 e 800 quilos de plutônio, quantidade suficiente para a fabricação de bombas atômicas.

A Areva afirmou que é praticamente “impossível” a fabricação de bombas atômicas a partir deste tipo de plutônio.

Contudo, o plutônio pode ser “reciclado” do combustível nuclear MOX, que é produzido durante a irradiação de combustíveis convencionais (consistindo apenas de urânio), em usinas nucleares.

 

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