Japão conclui construção de usina de biocombustível de algas

Trata-se de uma das maiores usinas de biocombustível já construída no país.

Do Mundo-Nipo

Biocombustível de algas (Foto: Planeta sustentável)
O uso das algas pode ser a solução para se produzir biodiesel em larga escala, já que minimiza o impacto sobre a produção de alimento (Foto: Planeta sustentável)

O Japão concluiu a construção de mais uma usina de biocombustível, segundo informou nesta segunda-feira (24) a emissora pública NHK, acrescentando que a planta é uma das maiores já construídas no país.

O complexo, que foi concluído na Universidade de Tsukuba, da província de Ibaraki, irá produzir biocombustível a partir de algas, detalhou a NHK.

Nações de várias partes do mundo promovem a pesquisa do uso de algas para a produção de biocombustível, em lugar de produtos como soja, cana-de-açúcar e outros que podem ocasionar a elevação dos preços de alimentos.

A geração de combustível com alga é altamente econômica, considerando que sua demanda é menor quando comparada a outros produtos comumente usados, além de ser mais em conta e de fácil produção, contribuindo assim na economia e prevenção do aquecimento global.

 

Sobre o biocombustível a partir de algas

Visto que o petróleo não é renovável, polui muito o meio ambiente e suas principais fontes situam-se em zonas de conflito, o que gera tensões políticas e econômicas, bem como ocasiona muitas alterações em seus preços, torna-se cada vez maior a necessidade de buscar fontes alternativas de combustíveis.

Os biocombustíveis – produtos usados para geração de energia a partir de biomassa – vêm se mostrando como alternativas eficazes aos derivados do petróleo. Um deles é o biodiesel – geralmente obtido por meio de óleos vegetais (tais como o da soja, mamona, milho, amendoim, algodão, palma, entre outros) ou de gordura animal – que consiste em hidrocarbonetos saturados de cadeia longa.

Mas uma nova fonte para a produção de biodiesel que vem despontando são as algas. As algas podem ser divididas em macro e microalgas. No sentido da produção de biocombustíveis, costumam ser utilizadas as microalgas, que são organismos aquáticos unicelulares, microscópicos e fotossintéticos que utilizam a energia solar para a fotossíntese, convertendo a energia solar em energia química armazenada.

 

Veja algumas das vantagens do uso desse tipo de biodiesel:

1. As algas não são muito usadas como alimento, como acontece com o milho, a soja e outras fontes de óleos vegetais que são usadas para produzir biodiesel. Assim, o uso das algas pode ser a solução para se produzir biodiesel em larga escala, já que pode minimizar bastante o impacto sobre a produção de alimento;

2. Elas crescem bem rápido, podendo completar um ciclo de crescimento em poucos dias e duplicar sua biomassa várias vezes por dia;

3. Elevado rendimento: As microalgas possuem alto teor de óleo, sendo que, em alguns casos, esse teor pode chegar a 80% de óleo por peso seco. Elas podem produzir pelo menos 30 vezes mais energia por hectare do que as culturas terrestres. Em condições ótimas, pode-se produzir 137.000 litros de óleo por hectare por ano;

4. A produção de algas não necessita de grandes extensões de espaço para cultivo.

5. Além do biodiesel, as algas também podem ser usadas para produzir outras formas alternativas de energia, como o etanol, o hidrogênio, o metano, biomassa para combustão e gaseificação, além de outras formas variantes de hidrocarbonetos combustíveis.

Entre as técnicas usadas atualmente para se produzir microalgas em larga escala estão o uso de raceway ponds, que são grandes tanques abertos, e de fotobiorreatores tubulares fechados. Depois, as algas cultivadas passam por processos de extração de seus óleos e de processamento deles. Por Jennifer Fogaça – Doutorada em Química.

 


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