O governo da província de Ehime, no sudoeste do Japão, autorizou nesta segunda-feira (26) a reativação de um reator nuclear da central de Ikata, se tornando, assim, o quinto reator a receber “sinal verde” para retomar suas operações no país sob as novas normas de segurança após o acidente nuclear na usina de Fukushima, em 2011.
“Como governador de Ehime, dou minha aprovação”, disse hoje Tokihiro Nakamura à imprensa, permitindo assim que a operadora Shikoku Electric Power reinicie as operações do reator número 3 do complexo atômico de Ikata.
O reator em questão já havia recebido, em meados de julho, o aval da Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA, sigla em inglês), a qual considerou que a unidade número 3 cumpre as novas e mais estritas regulações em matéria de segurança, que entraram em vigor depois do acidente nuclear provocado pelo forte terremoto seguido de tsunami em 11 de março de 2011, que devastou parte do nordeste japonês e atingiu a central atômica Fukushima Daiichi e que provocou o pior acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Depois da catástrofe nuclear em Fukushima, todos os reatores do arquipélago foram desligados progressivamente para tarefas de manutenção e melhorias na área de segurança.
Paralisado em abril de 2011 para um processo de manutenção regular, o reator 3 de Ikata é o quinto a receber autorização para retomar as operações, segundo as novas normas de segurança.
Além dele, as autoridades já aprovaram a reativação dos reatores 1 e 2 da central de Sendai, que foram paralisados em setembro de 2013 e que já se encontram operantes desde setembro e outubro, respectivamente. Já os reatores 3 e 4 da central de Takahama, que também receberam “sinal verde” da NRA, permanecem paralisados por decisão cautelar da justiça.
Mediante a isso, a unidade nuclear 3 da central de Ikata poderá se tornar o terceiro reator a operar no país após as novas leis de segurança, já que recebeu autorização do governo local, além da Agência Reguladora.
As novas normas técnicas buscam proteger de modo mais eficiente as instalações atômicas, assim como os moradores e o entorno das centrais, dos riscos de uma catástrofe natural, um ataque terrorista ou um acidente de avião.
Organizações de defesa do meio ambiente consideram irresponsável a política do governo do primeiro-ministro conservador Shinzo Abe, que defende a energia nuclear por razões econômicas, já que a indústria necessita de muita energia e a importação custa caro.
Nesta segunda-feira, cerca de 30 pessoas se reuniram em frente à sede do governo provincial de Ehime, na cidade de Matsuyama, para protestar contra a decisão tomada pelo governo local.
Fontes: Agência AFP | Agência Kyodo | NHK News.
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