ONU insta Japão a reduzir emissão de gases e a desembolsar mais de US$ 1 bilhão em ajuda

Executiva da ONU pediu ao Japão para contribuir ainda mais com o fundo de combate ao aquecimento global.

Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo

Christiana Figueres (Foto: UNFCCC.org)
Christiana Figueres disse que “a contribuição financeira do Japão é absolutamente fundamental” (Foto: UNFCCC.org)

 

Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), pediu ao Japão para definir uma meta ambiciosa de redução de emissões de gases, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta, a partir de 2020, bem como contribuir com mais de US$ 1 bilhão para um novo fundo de combate ao aquecimento global.

“Minha expectativa de contribuições japonesas é a mesma que a minha expectativa de todos os outros países”, disse Figueres em uma coletiva de imprensa no último sábado.

Partes da Convenção devem anunciar suas metas de redução até o final de março. O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe começou na sexta-feira as discussões sobre o assunto.

Figueres também instou o Japão a desempenhar um papel ativo no Fundo Verde para o Clima, que será um dos principais temas da 20ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas (COP20), que será realizada em dezembro no Peru. O fundo destina-se a facilitar a luta contra o aquecimento global nos países em desenvolvimento.

“A contribuição financeira do Japão é absolutamente fundamental”, disse Figueres, acrescentando que o mundo está “esperando ansiosamente pelo penhor do Japão.”

Referindo-se aos US$ 1 bilhão prometido por cada um dos compromissados com o novo fundo, como França e Alemanha, Figueres disse: “Nós certamente esperamos que o valor da contribuição japonesa seja maior do que isso”.

“Quanto mais rápido o mundo se mover em direção a uma economia de baixo carbono, mais rápido nos movemos em direção a uma economia de alta eficiência”, o que levará a uma maior demanda por exportações japonesas, disse ela.

Em 2013, o primeiro-ministro Shinzo Abe prometeu que o Japão desembolsaria cerca de US$ 16 bilhões ao longo dos próximos três anos para ajudar os países em desenvolvimento a encontrar formas de atenuar o impacto das alterações climáticas.

Japão tem lutado para controlar suas próprias emissões de gases de efeito estufa após o desligamento de todos os 48 reatores comerciais do país na sequência da crise nuclear desencadeada pela usina nuclear Fukushima Daiichi em março de 2011, quando um poderoso tsunami decorrente de um terremoto de magnitude 9 graus atingiu os reatores da usina e devastou parte do nordeste japonês.

O aumento da utilização de combustíveis fósseis para compensar o fornecimento de energia elétrica acabou por retroceder o progresso que o país tinha feito na redução de emissões de carbono.

Na COP19, realizada em Varsóvia em novembro passado, o Japão estabeleceu a meta de reduzir as emissões em 3,8% até o ano fiscal de 2020 na comparação com 2005, atraindo críticas de vários países por recuar em sua promessa anterior de cortar em 25% ante uma base estabelecida no fiscal de 1990.

Nesta terça-feira (28), cientistas do clima deram início a uma semana de reuniões em Copenhague, na Dinamarca, para aprovar a síntese do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, composto por três grandes volumes divulgados nos últimos 13 meses.

O texto, denominado “Sumário para Desenvolvedores de Políticas” vai nortear as discussões em torno de um novo plano global para cortar emissões de gases.

O tratado climático, que vai substituir o Protocolo de Kyoto — que impõe restrições a nações ricas, menos EUA — começará a ser delineado ainda este ano, na conferência de Lima (COP 20), e terá de ser aprovado em 2015, em Paris.

== Kyodo

 


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