Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo
Autoridades que cuidam dos interesses do Monte Fuji estão reforçando a segurança na maior montanha do país, em vista de proteger os montanhistas em caso de uma possível erupção repentina do monte. A medida preventiva ocorre após a erupção do Monte Ontake, no ano passado, que ocorreu de forma repentina e surpreendeu centenas de excursionistas – cerca de 60 pessoas morreram na tragédia.
Equipamentos de segurança, como capacetes, óculos e máscaras de proteção, foram adquiridos em grande quantidade e estão sendo colocados à disposição dos montanhistas nos locais de refúgio do Monte Fuji.
No refúgio da rota Yoshidaguch, os equipamentos foram preparados pela associação das pousadas do Monte Fuji (Associação Yoshidaguchi). A cidade de Fujiyoshida, na província de Yamanashi, arcou com os custos dos equipamentos.
Além de aparatos de segurança, os refúgios na rota de Sato receberam ainda outras medidas preventivas. Autoridades locais informaram que a maioria dos locais de refúgio deve estar equipada e preparada para receber os visitantes até o dia primeiro de julho, data em que começa a temporada de escalada no Monte Fuji.
A medida preventiva tem como objetivo evitar que o Monte Fuji sofra tragédia semelhante a que ocorreu no Monte Otake, no ano passado. Localizada entre as províncias de Nagano e Gifu, a segunda maior montanha do Japão entrou em erupção de forma inesperada em setembro de 2014, surpreendendo cerca de 300 excursionistas, incluindo crianças. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e mais de 60 morreram.
A iniciativa também é parte de um acordo entre as províncias de Shizuoka, Yamanashi e Kanagawa, que abrigam o Monte Fuji. Desde o ano passado, os governos das três prefeituras têm trabalhado em conjunto na elaboração de planos de prevenção após vários estudos alertarem sobre uma possível erupção da montanha.
Estudos alertam sobre possível erupção do Monte Fuji
A possibilidade de uma erupção do Monte Fuji tem preocupado o governo japonês. Isso porque vários estudos têm alertado sobre uma possível explosão na maior e mais famosa montanha do país.
Um deles, o mais recente, alerta que o monte está em estado crítico e pode entrar em erupção a qualquer momento por ter sido afetada pelo forte terremoto em março de 2011, causando perturbações no até então adormecido vulcão. Temendo a isso, chefes de governos locais nas proximidades do Monte Fuji têm mantidos reuniões regularmente para discutir medidas emergenciais envolvendo uma possível erupção da montanha.
Publicado em julho do ano passado, o estudo aponta o forte terremoto que atingiu o nordeste japonês em março de 2011 como responsável por criar perturbações na montanha. A publicação afirma que o símbolo maior do Japão está em estado crítico e uma erupção pode ameaçar as vidas de cerca de 8 milhões de pessoas que vivem em Tóquio e em áreas próximas, além de destruir estradas e ferrovias que ligam as cidades mais populosas do Japão.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Institut des Sciences de la Terre e do Institut de Physique du Globe de Paris, em colaboração com cientistas japoneses.
O Monte Fuji é o ponto mais alto do arquipélago japonês, com quase 4 mil metros de altura. Em junho de 2013, foi declarado pela Unesco como patrimônio da humanidade, por ser considerado “um lugar sagrado e fonte de inspiração artística”.
O símbolo maior do Japão é um dos locais que mais atraem turistas no país, registrando média de 120 milhões de visitantes ao ano.
O Japão, que está situado no Cinturão do Fogo e onde confluem quatro placas tectônicas, conta com 110 vulcões ativos, o que representa 7% do total existente no mundo. Geralmente, o arquipélago japonês enfrenta catástrofes provocadas por erupções vulcânicas, como a repentina e trágica erupção do Monte Ontake.
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