Do Mundo-Nipo
A Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco, na sigla em inglês) está se recusando a reembolsar mais de 30 bilhões de ienes solicitados pelo governo do Japão para pagamentos dos gastos com a limpeza das áreas contaminadas no entorno do complexo nuclear Fukushima Daiichi, informou o Ministério do Meio Ambiente nesta terça-feira (29).
Sob a lei de especial de descontaminação, adotada em agosto de 2011, o Estado é responsável por liderar, inicialmente, o financiamento para descontaminação, mas pode pedir a Tepco, responsável pela crise nuclear em Fukushima, para mais tarde reembolsar o dinheiro que foi gasto.
Até agora, a Tepco pagou 6,7 bilhões de ienes, enquanto o Ministério do Meio Ambiente tem solicitado 40,4 bilhões de ienes.
O ministério disse que a Tepco não está disposta a pagar pelo trabalho que não envolve diretamente a descontaminação, como o projeto de lei que inclui custos relacionados com pesquisa e desenvolvimento e relações públicas.
Os 6,7 bilhões de ienes que a Tepco pagou cobre somente o trabalho de descontaminação direta, como remoção de solo contaminado e limpeza de pavimentos, que incluem ruas municipais e rodovias.
De acordo com um documento apresentado pelo Ministério de Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI, na sigla em inglês), a Tepco está insistindo que arcar com o custo para a descontaminação de danos será o mesmo que “pagamentos duplicados”. Isso porque a companhia alega que já está compensando danificações em terrenos e edificações.
“A Tepco disse que vai continuar a pensar se irá reembolsar o governo, portanto, é subentendido que a companhia não tenha finalizado sua decisão de recusa”, disse Satoshi Watanabe, responsável pela equipe de descontaminação do Ministério do Meio Ambiente, mas insinuando que a Tepco pode ser processada quando declarou que “a situação é totalmente inaceitável”.
O governo tem um orçamento de cerca de 1,3 trilhões de iene para a descontaminação, dos quais cerca de 470 bilhões de ienes já foram utilizados.
Diante dos trilhões de ienes em compensações para o desastre em Fukushima e crescentes custos com combustível de energia térmica para substituir a nuclear, a Tepco não pode mesmo ter os meios para cobrir a conta de descontaminação, destacou o jornal ‘The Japan Time’ nesta terça-feira.
Enquanto isso, o METI está considerando isentar a Tepco do pagamento de parte dos custos de limpeza.
O governo, no entanto, não chegou a um consenso sobre a questão que poderia desencadear uma forte reação pública, já que a isenção implica utilizar o dinheiro do contribuinte.
Membros do METI acreditam que seria difícil ganhar a aprovação pública para liberar a Tepco de todos os custos, mas está pensando em limitar o valor do projeto de lei para 470 bilhões, dinheiro que já foi empregado pelo governo na descontaminação em Fukushima, disseram as fontes à agência Kyodo.
O ministro das Finanças, Taro Aso, indicou nesta terça-feira que seu ministério pode dar luz verde ao uso de dinheiro do governo para limpar áreas contaminadas no entorno da usina Fukushima Daiichi.
“Eu me pergunto se podemos colocar toda a culpa na Tepco, uma vez que (a política nuclear) tem sido enquadrada pelo governo do estado”, disse Aso em uma conferência de imprensa.
As informações são do jornal ‘The Japan Times’ e da ‘Agência Kyodo’.
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