Japão executa autor de ataque em 2008 que matou 7 pessoas

Tomohiro Kato atropelou várias pessoas, matando três e ferindo duas. Depois esfaqueou fatalmente outras quatro e feriu mais oito no bairro Akihabara.
Tomohiro Kato | Foto: Asahi Images / Montagem Mundo-Nipo
©Asahi / Montagem Mundo-Nipo

O Japão executou Tomohiro Kato, condenado por matar 7 pessoas em 2008, no distrito de Akihabara, em Tóquio. O cumprimento da pena de morte foi anunciado na terça-feira (26) pelo ministro japonês da Justiça, marcando o primeiro enforcamento do país desde dezembro passado, de acorodo com a Kyodo News.

Na ocasião, Tomohiro Kato, 39 anos, atropelou várias pessoas com um caminhão em uma zona de pedestres no distrito comercial de Akihabara em 8 de junho de 2008, matando três pessoas e ferindo duas. Depois de sair do veículo, ele esfaqueou fatalmente outras quatro pessoas com um punhal e feriu outras oito aleatoriamente.

Kato foi detido pela polícia pouco após o episódio, que ficou conhecido como Massacre de Akihibara. “Eu vim a Akihabara para matar pessoas, não importava quem matasse”, declarou o criminoso, então com 25 anos.

Trata-se da segunda execução sob a administração do primeiro-ministro Fumio Kishida, que assumiu o cargo em outubro do ano passado. Três presos no corredor da morte foram enforcados em dezembro por seus papéis em múltiplos assassinatos.

Com a execução de Kato, o número total de presos no corredor da morte no país soma agora 106 condenados à espera de execução por enforcamento.

Críticas à pena de morte

O sistema de pena capital do Japão há muito atrai críticas internacionais, com opositores pedindo maior transparência no momento das execuções, já que os presos no corredor da morte geralmente são notificados apenas algumas horas antes ou não recebem notificação prévia. Eles também alegam que o procedimento priva os presos no corredor da morte de oportunidades de refletir sobre seus crimes.

Um porta-voz do governo defendeu o sistema, dizendo em uma coletiva de imprensa separada, “impor a pena de morte é inevitável para crimes hediondos graves” e “não é apropriado” aboli-la.

Em uma coletiva de imprensa realizada por sete grupos contrários à pena capital, Hideaki Nakagawa, diretor executivo da Anistia Internacional Japão, disse que “a sociedade como um todo deve considerar se a pena de morte é absolutamente necessária”.

O vice-secretário-chefe do gabinete, Yoshihiko Isozaki, argumentou que, à luz dos crimes hediondos que continuam a ocorrer, a maioria do público acredita que a pena de morte é “inevitável”.

Apelo negado

Durante o processo judicial, o advogado de Kato argumentou que ele não deveria enfrentar a pena capital, pois estava em estado de insanidade ou capacidade mental reduzida no momento do incidente por causa de estresse psicológico grave.

Mas em março de 2011, o Tribunal Distrital de Tóquio condenou o ex-trabalhador temporário à morte, afirmando que ele poderia ser considerado totalmente responsável.

A decisão considerou que Kato foi motivado pela raiva depois de ser assediado em um fórum de um site na internet e que seus atos foram “cruéis” e “chocaram profundamente toda a sociedade japonesa”.

As audiências no tribunal revelaram que Kato tornou-se socialmente isolado e atraído para um mundo online antes do ataque.

A decisão do tribunal distrital foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Tóquio em setembro de 2012 e depois finalizada pela Suprema Corte em fevereiro de 2015.

== Mundo-Nipo (MN)

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