Aprovação do premiê do Japão despenca de 74% para 42%

A resposta do governo ao coronavírus foi a maior causa da forte queda. O declínio é o maior desde 2010, no mandato de Naoto Kan.
Yoshihide Suga durante coletiva em dezembro de 2020 Foto Reproducao Nikkei 1 1
©Nikkei

O apoio público ao governo do primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, sofreu um forte tombo de 16% em dezembro, marcando o segundo descenso desde que assumiu a liderança do país, em setembro, e contrastando com os incríveis 74% de aprovação apurados em outubro, de acordo com a mais recente pesquisa do jornal financeiro Nikkei.

O índice de aprovação do governo de Suga caiu para 42% em uma pesquisa realizada no fim de semana pelo jornal Nikkei Asia em parceria com a TV Tokyo. O resultado representa uma queda de 16 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em novembro. A desaprovação subiu 16 pontos, para 48%.

O declínio na aprovação foi o maior desde outubro de 2010, durante o mandato de Naoto Kan como primeiro-ministro. Naquela época, o governo havia liberado tripulantes de um navio pesqueiro chinês que colidiu com navios da Guarda Costeira Japonesa.

Para Suga, a nova pesquisa marca uma queda acentuada em relação ao índice de aprovação de 74% que seu gabinete teve logo depois que ele assumiu o cargo em setembro. A resposta do governo ao coronavírus parece ser a maior causa da queda.

A pesquisa mostra que 59% dos entrevistados desaprovam a resposta do premiê ante a pandemia de Covid-19. O número representa alta de 11 pontos em relação a novembro, e marca o maior índice de desaprovação desde que o inquérito incluiu perguntas sobre a resposta do governo ao novo coronavírus, em fevereiro deste ano.

O índice de aprovação da resposta à pandemia atingiu o pico de 55% em maio, um mês após o então primeiro-ministro Shinzo Abe declarar estado de emergência.

A falta de liderança foi a principal razão para a queda do apoio ao governo de Suga, com 48% dos inquiridos, enquanto 36% acreditam que o premiê implementou medidas de política inadequadas.

Escândalo

A confluência de dinheiro e política também contribuiu para o baixo índice de aprovação. Abe negou na semana passada saber que seu escritório pagava jantares luxuosos para seus apoiadores. Um assessor acabou sendo multado por não registrar despesas.

A explicação de Abe não convenceu 74% dos entrevistados na última pesquisa. Os promotores de Tóquio na sexta-feira invadiram os escritórios de Takamori Yoshikawa, um ex-ministro da Agricultura, sob acusações de receber dinheiro de uma empresa de produção de ovos. A pesquisa mostra que 82% dos entrevistados não consideram o escândalo aceitável.

Pesquisa da Nikkei

A pesquisa foi conduzida pela Nikkei Research por telefone, de sexta a domingo, por meio de discagem de dígitos aleatórios. Recebeu 933 respostas de homens e mulheres com 18 anos ou mais, para uma taxa de resposta de 47,4%.

Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Nikkei Asia.

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