Coreia do Norte dispara mais 2 mísseis no Mar do Japão

Desde o final de setembro, a Coreia do Norte tem realizado testes de mísseis em um ritmo nunca visto antes. O disparo de hoje é o 3º em apenas 5 dias.
Míssil balístico SLBMs | ©iStock

Atualizado em 11/10/2022

A Coreia do Norte testou dois mísseis balísticos na manhã de domingo (9), disseram os governos japonês e sul-coreano, sinalizando que a ação ocorre um dia depois de o governo ditador em Pyongyang denunciar um exercício militar perto da península coreana envolvendo um porta-aviões dos EUA por aumentar as tensões regionais, informou a Kyodo News.

Ambos os mísseis, que a Coreia do Norte disparou em águas ao leste, por volta de 1h47 e 1h53 locais (13h47 e 13h53 de sábado no horário de Brasília), caíram fora da zona econômica exclusiva do Japão depois de viajar cerca de 350 quilômetros a uma altitude máxima de 100 km, segundo autoridades japonesas.

Desde o final de setembro, a Coreia do Norte tem realizado testes de mísseis em um ritmo nunca visto. Antes dos recentes lançamentos, houve um hiato de teste de quase quatro meses, quando disparou três mísseis balísticos no dia 25 de maio, um dia depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encerrou sua primeira viagem à Ásia desde que assumiu o cargo

O último teste, o 25º deste ano, ocorreu dias depois que o país com armas nucleares lançou um míssil balístico sobre o arquipélago japonês pela primeira vez em cinco anos.

O vice-ministro da Defesa, Toshiro Ino, disse a repórteres que os lançamentos de mísseis norte-coreanos “ameaçam a paz e a segurança de nossa nação, região e comunidade internacional”.

Não houve relatos de danos a aeronaves ou navios, disse ele, acrescentando que o governo está analisando a possibilidade de os projéteis serem mísseis balísticos lançados por submarinos, chamados de SLBM, na sigla em inglês.

“Devemos continuar monitorando de perto futuras ações provocativas”, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida a repórteres na cidade de Suzuka, no centro do Japão.

Kishida disse que o governo ainda está verificando se eles eram SLBMs.

Segundo o jornal 38 North, somente este ano, apesar de uma breve pausa, Pyongyang lançou 43 mísseis até 6 de outubro, no que totaliza 45 mísseis com os disparos de hoje.

Retaliação à exercícios militares dos EUA

O último teste, a sétima rodada de lançamentos de mísseis em duas semanas, ocorreu depois que a Coreia do Sul e os Estados Unidos concluíram um exercício naval de dois dias no Mar do Japão no sábado, véspera do 77º aniversário da fundação do governo do Norte, Partido dos Trabalhadores.

O porta-aviões norte-americano Ronald Reagan também participou de exercícios com a marinha sul-coreana de 26 a 29 de setembro, antes de o Japão ingressar no primeiro exercício antissubmarino em cinco anos envolvendo os três países.

O Comando Indo-Pacífico dos EUA disse que avaliou que o lançamento do míssil neste domingo (9) não representa uma ameaça imediata ao território dos EUA ou seus aliados, mas destacou o “impacto desestabilizador” dos programas de armas “ilegais” da Coreia do Norte.

O primeiro-ministro japonês instruiu as autoridades a se prepararem para contingências, fazerem o máximo para fornecer rapidamente as informações necessárias ao público e garantir a segurança de aeronaves e navios, de acordo com seu gabinete.

Ainda assim, permanecem os temores de que a Coreia do Norte possa se envolver em ações provocativas adicionais, incluindo seu sétimo teste nuclear, que seria o primeiro desde setembro de 2017.

Não há sinais de que a Coreia do Norte esteja disposta a parar de desenvolver armas proibidas pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

No mês passado, o líder norte-coreano Kim Jong Un disse que Pyongyang não cederá às sanções econômicas internacionais e prometeu que não desistirá das armas nucleares que o país precisa para se defender das ameaças militares dos EUA, conforme noticiou a Kyodo.

== Mundo-Nipo (MN)

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