Japão já começa a discutir projeto para novas diretrizes de exportação de armas

Parlamentares se reuniram para discutir sobre o projeto do governo envolvendo novas diretrizes para a exportação de armas.

Do Mundo-Nipo

Japão faz reunião para discutir exportação de armas (Imagem: NHK/Reprodução)
O governo apresentou ao grupo de parlamentares um projeto com três novos princípios para a exportação de armas (Imagem: NHK/Reprodução)

Um grupo composto por parlamentares do principal partido governista, o Liberal Democrático, e do seu parceiro de coalizão, o Komei, reuniram-se nesta quarta-feira (12) para discutir sobre o projeto do governo envolvendo novas diretrizes para a exportação de armas, ou seja, adotar princípios envolvendo as novas regras que permitirão ao país comercializar armamentos a nível internacional, informou a imprensa japonesa.

Segundo informou a emissora pública NHK, o chefe da divisão de Defesa Nacional do Partido Liberal Democrático, Takeshi Iwaya, disse que o propósito do encontro é de revisar os atuais princípios sobre a exportação de armas e as diretrizes de acordo com as atuais condições do meio internacional.

Segundo Isamu Ueda, presidente do comitê de Assuntos Internacionais do Partido Komei, a revisão tem como objetivo melhorar a segurança nacional do Japão e facilitar a compreensão do complicado conjunto das atuais regras.

Atualmente, o governo do Japão mantém a proibição total de exportações de armas desde os meados da década de 1970, quando o país adotou o ato da “autoproibição”. Entretanto, segundo a NHK, o governo tem aberto várias exceções, como o fornecimento de tecnologias bélicas aos Estados Unidos, que tem sido contestado devido a falta de clareza das regras envolvendo o assunto.

A liberação para a exportação de armas “visa reduzir os custos e estimular a indústria da defesa nacional, promovendo o desenvolvimento conjunto e de produção das principais armas, como a próxima geração de caças, em colaboração com os Estados Unidos e países da Europa”, de acordo com uma publicação recente do jornal Nikkei.

Abe alega que os benefícios econômicos expressivos para o Japão justificam a abertura para comercialização de armamentos para o exterior, o que poderá reordenar a indústria de defesa global. Segundo o Nikkei, a decisão ainda encontra oposição de movimentos pacifistas do país.

Com base nisso, o governo apresentou ao grupo de parlamentares um projeto com três novos princípios para a exportação de armas. O primeiro princípio proibiria a exportação de armas a países envolvidos em conflitos armados, enquanto o segundo exigiria que o governo examinasse de maneira estrita se a exportação de armas traria benefícios à segurança do Japão, detalhou a NHK.

De acordo com o terceiro princípio, o uso de armas para propósitos além daqueles que foram acordados e a sua transferência para terceiros países somente seriam permitidos quando pudesse ser garantida supervisão apropriada dos armamentos.

Desde o fim do embargo à comercialização de armamentos, que perdurou por mais de três décadas, empresas de engenharia pesada têm se movimentado, uma das poucas áreas de produção dotadas de imensos recursos tecnológicos do Japão que, por razões puramente políticas, não se tornou globalmente dominante, destacou o Nikkei.

Analistas já fazem previsões de que a indústria de robótica do Japão adote conversão para indústria bélica. A empresas do setor são apontadas como as grande beneficiárias do plano do governo para liberação de exportação de armas.

(Do Mundo-Nipo com informações da imprensa japonesa)

 


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