Japão se prepara para impor sanções à Rússia

O governo japonês estuda medidas de sanções similares às já adotadas pelos Estados Unidos e União Europeia.

Do Mundo-Nipo

Crimeia (Imagem: Reprodução/Globo/Google Maps)
A crise se agravou após a Rússia ter aumentado o efetivo militar na fronteira com a Ucrânia (Imagem: Reprodução/Globo/Google Maps)

O governo japonês está se preparando para eventuais sanções econômicas à Moscou em resposta intervenção militar russa na república autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, informou nesta sexta-feira (14) o jornal Nikkei citando fontes oficiais ligadas ao assunto.

Segundo a publicação do Nikkei, o Japão, que nos últimos dias tem endurecido suas críticas ao governo russo por seu papel na crise ucraniana, estuda agora medidas de pressão similares às já adotadas pelos Estados Unidos e União Europeia.

Embora possa ter que atuar com cautela devido às negociações em andamento quanto a disputas territoriais, o governo japonês “está considerando todas as opções e prepara uma lista de eventuais medidas no caso de decidir ir adiante com as sanções contra a Rússia”, assinalou a fonte ao jornal financeiro.

A decisão do Japão acontece num momento em que a crise se agravou após a Rússia ter aumentado o efetivo militar na fronteira com a Ucrânia. Na quinta-feira (13), o governo russo anunciou o início de duas semanas de manobras militares ao longo da fronteira, envolvendo 10 mil soldados.

Na madrugada desta sexta-feira, o ‘Jornal da Globo’ noticiou que o primeiro-ministro interino da Ucrânia, que está visitando os Estados Unidos e esteve na quarta-feira (12) com o presidente Barack Obama, pediu que a comunidade internacional “impeça a invasão de seu país”, afirmando que as forças russas estão já estão preparadas para a invasão.

Ainda de acordo com o jornal, a crise também se agravou depois que a chefe do governo alemão, Angela Merkel, endereçar duras acusações à Rússia quando falou ao parlamento na quinta-feira. “Se Moscou mantiver a intervenção na Ucrânia, a Europa se considerará ameaçada e responderá com sanções econômicas”, disse Merkel.

O presidente ucraniano interino Arseniy Yatsenyuk falou ao Conselho de Segurança da ONU na quinta (13). Ele lembrou que já fazem 20 anos que a Ucrânia desistiu de seu arsenal nuclear. O jornalista do ‘Jornal da Globo’, Jorge Pontual , destacou que, na época, esse arsenal era o terceiro maior do mundo e foi deixado de lado em troca de garantias à independência e integridade territorial da Ucrânia. Diante da intervenção russa, Yatsenyuk disse que “será difícil convencer alguém no mundo a desistir de possuir armas nucleares”.

Uma tentativa de chegar uma solução diplomática pode acontecer nesta sexta-feira em Londres, onde o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler russo Sergei Lavrov irão se encontrar para tentar solucionar amigavelmente a crise.

“Será uma corrida contra o relógio”, disse o jornalista da Globo, já que, no domingo (16), a maioria de origem russa na Crimeia votará (em um referendo) a unificação com a Rússia e, na segunda-feira (17), a União Europeia deverá adotar sanções contra o governo russo.

Enquanto isso, o Japão prepara sua lista de medidas no caso de decidir ir adiante com as sanções contra a Rússia, o quê, certamente, ira agravar ainda mais as disputas territoriais entre os dois países.

 


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