Aprovação do premiê do Japão sobe 6 pontos após reforma ministerial

Kishida nomeou um número recorde de cinco mulheres como ministras, incluindo uma delas ao importante cargo de chefia da Chancelaria.
Primeiro-ministro japonês Fumio Kishida fala à repórteres em em 22/02/2022 | Foto: Reprodução/Kyodo
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O índice de aprovação do gabinete do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, subiu para 39,8% após reformulação no dia anterior, um aumento de 6,2 pontos percentuais em relação ao final de agosto, mostrou uma pesquisa da Kyodo News nesta quinta-feira (14), sinalizando que a nomeação de mais mulheres no gabinete responsável, em grande parte, pelo aumento da popularidade, cujo índice estava em ritmo acelerado de queda.

De acordo com a pesquisa telefônica nacional de dois dias realizada na quarta-feira (13), um total de 37,6% dos entrevistados disseram que viam positivamente as escolhas de Kishida para os novos ministros de gabinete e liderança de seu partido, o Partido Liberal Democrático (PLD), contra 43,9% que pensavam o contrário.

Kishida nomeou ontem um número recorde de cinco mulheres como ministras, incluindo uma delas ao importante cargo de chefia da Chancelaria, e escolheu 11 novos rostos para seu gabinete, depois de enfrentar índices de apoio lentos nos últimos meses em meio à frustração pública com o problemático cartão de identificação nacional “My Number”, bem como os aumentos dos preços e a inflação crescente.

As mudanças foram amplamente vistas como um esforço de Kishida para aumentar sua popularidade e posição dentro de seu partido, enquanto ele fica de olho na possibilidade de eleições gerais antecipadas e nas eleições presidenciais do PLD em setembro do próximo ano.

Mas o último índice de apoio do Gabinete acabou por ficar próximo do mesmo nível do índice de desaprovação, que situou-se em 39,7%, uma queda de 10,3 pontos em relação à sondagem anterior, realizada em 19 e 20 de agosto.

Kishida parece ter tentado equilibrar as mudanças, mesclando o frescor dos novos ministros com a estabilidade dos antigos, inclusive mantendo veteranos experientes como o secretário-chefe de gabinete, Hirokazu Matsuno, e o secretário-geral do PLD, Toshimitsu Motegi.

A maioria dos entrevistados reagiu negativamente a um dos principais destaques da nova formação executiva do PLD – Yuko Obuchi, de 49 anos, filha do falecido primeiro-ministro Keizo Obuchi, que se tornou chefe da campanha eleitoral – com 58,8% chamando a nomeação de “inadequada”.

A medida marcou o regresso de Obuchi à ribalta política desde que um escândalo sobre o uso indevido de fundos políticos a forçou a renunciar ao cargo de ministra da Indústria apenas um mês depois de ter assumido o cargo em 2014.

Mais de 76% dos inquiridos consideraram que Kishida atribuiu os cargos ministeriais tendo em consideração o equilíbrio de poder entre as facções do PLD, enquanto 15,9% consideraram que o primeiro-ministro estava concentrado em “colocar a pessoa certa no lugar certo” com base nas suas competências e capacidades.

Quanto às questões que o público considera que Kishida deveria priorizar, as medidas econômicas, que inclui o enfrentamento de aumento dos preços, foram citadas por 53,5% dos inquiridos, enquanto 18,8% apontam o suporte do governo às famílias com filhos, juntamente com o combate ao declínio da taxa de natalidade, como prioridades.

Apenas 7,0% acreditam que as questões com a diplomacia e a segurança nacional deveriam vir em primeiro lugar.

Embora o Japão tenha liberado, no mar, água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima, desde o final de agosto, o inquérito concluiu que 54,1% consideravam que o apoio às empresas pesqueiras era “insuficiente”, enquanto 36,2% afirmaram que o apoio é “adequado”.

O governo japonês compilou um pacote de ajuda no valor de 100,7 mil milhões de ienes (cerca de 683 milhões de dólares) para fazer frente aos danos econômicos decorrentes ao despejo da água. A China impôs uma proibição total aos frutos do mar japoneses, tendo citado preocupações de segurança ao se opor à liberação da água.

Por partido político, o PLD manteve a taxa de apoio mais elevada, com 38,3%, seguida por 11,6% dos inquiridos a favor do Partido da Inovação do Japão, da oposição, enquanto 8,3% preferem o principal partido da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão.

O Komeito, partido júnior que faz parte da coalização governista, garantiu 6,1% do apoio.

A pesquisa convocou 531 domicílios selecionados aleatoriamente com eleitores elegíveis e 2.964 números de telefone celular. Produziu respostas de 420 membros do agregado familiar e 626 utilizadores de celular.

== Mundo-Nipo (MN)
Com a Kyodo News.

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