Da agência EFE
Manila, 15 out (EFE).- O governo das Filipinas e a guerrilha muçulmana da Frente Moura de Libertação Islâmica (FMLI) assinaram nesta segunda-feira um acordo de paz histórico para acabar com mais de três décadas de luta armada, que deixaram dezenas de milhares de mortos.
O presidente filipino, Benigno Aquino, e o chefe do FMLI, Al Hajj Murad Ebrahim, coordenaram no Palácio de Malacañang de Manila a assinatura do documento que contempla a criação de uma região autônoma muçulmana no sul do país em 2016.
“Hoje assinamos um acordo que pode selar uma paz genuína e duradoura em Mindanao (…). O acordo abre um novo capítulo em nossa história”, disse Aquino durante o ato que foi transmitido pelas televisões locais.
Os diretores das equipes que negociaram o acordo de ambas as partes, Marvin Leone, pelo governo, e Mohagher Iqbal, pela guerrilha, assinaram seus nomes em um documento que estipula o caminho para que, nos próximos quatro, anos seja criada a região autônoma do Bangsamoro, como os muçulmanos filipinos chamam o território que habitaram e que seus antepassados governaram.
“Hoje nos encontramos aqui para acabar com as disputas entre Bangsamoro e a nação filipina”, enfatizou Murad durante seu discurso. O líder da guerrilha comentou que era a primeira vez que visitava Malacañang, a residência dos chefes de Estado filipinos, e que o fazia em paz.
Presenciaram o ato delegados de ambas partes, altos funcionários, diplomatas, assim como o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, cujo país serviu de anfitrião da maior parte das negociações dos últimos 11 anos.
Razak elogiou, em seu discurso, “a confiança, a tolerância e a perseverança” demonstradas pelos negociadores de ambas as partes e disse que graças a essas qualidades “pessoas de diferentes crenças conviverão unidas por valores comuns e sob uma constituição comum”.
Com a assinatura do pacto, o FMLI renuncia à criação de um Estado de maioria islâmica no sul do país e aceita governar um território que fará parte da nação filipina.
Os 12 mil combatentes da organização islâmica, a maior do país, começarão a se desarmar de agora até 2016, quando nascerá Bangsamoro, vocábulo que significa “povo muçulmano”, que substituirá a atual Região Autônoma do Mindanao Muçulmano. EFE
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