Do Mundo-Nipo
Cerca de 48,1% dos japoneses se opõem ao exercício de legítima defesa coletiva do Japão, com apenas 39% a favor, indicou uma pesquisa divulgada neste domingo (18).
A pesquisa realizada pela Kyodo News indicou também que 51,3% dos entrevistados se opõem ao plano do premiê Shinzo Abe de reinterpretar a Constituição Pacifista do País, enquanto 34,5% apoiam o plano.
O índice de aprovação do gabinete de Abe foi de 54,7 por cento, abaixo de 5,1 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, em abril, de acordo com a pesquisa nacional realizada entre sábado e domingo.
Na última quinta-feira, uma comissão de especialistas nomeada pelo governo emitiu um relatório que pede mudança na interpretação da Constituição para permitir que o Japão exerça o seu direito de “autodefesa coletiva”.
A interpretação tradicional mantida pelos governos anteriores é a de que a Constituição não permite que o Japão exerça o seu direito de autodefesa coletiva. O relatório defende a reinterpretação da Carta Magna de modo a permitir o uso de força militar em defesa de outros países, dos quais Japão mantém relações estreitas, e assim prestar ajuda aos aliados em dificuldades.
“Devemos estudar se a interpretação atual da Constituição é suficiente para proteger as pessoas e suas vidas pacíficas”, disse o premiê em entrevista coletiva transmitida por emissoras japonesas na quinta-feira.
“Não podemos proteger nossas vidas pacíficas simplesmente repetindo que somos um país pacífico. Nossas vidas pacíficas podem precisar enfrentar uma crise repentina. Alguém poderá dizer que isso não ocorrerá?”, afirmou.
Em relação ao eleitorado que teme um retorno do Japão ao militarismo, mas também voltado aos países asiáticos que sofreram o imperialismo japonês, abe assegurou que o Japão jamais voltará a ser “um país que faz a guerra”.
Quando o Japão perdeu a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lhe impuseram uma Constituição pacifista (1947), segundo a qual Tóquio renunciava para sempre à guerra, e o papel das suas forças armadas ficaria restrito à autodefesa. O primeiro-ministro Shinzo Abe considera que o contexto internacional mudou radicalmente desde então e que o país deve modificar essa situação para poder assumir uma maior responsabilidade em sua própria defesa, além de contribuir mais para as missões internacionais de paz e cooperação militar.
(Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo)
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