Coreia do Norte movimenta dezenas de submarinos enquanto se reúne com Seul

Cerca 50 submarinos norte-coreanos partiram de suas bases e as tropas de artilharia foram duplicadas na fronteira.

Do Mundo-Nipo com Agências

Enquanto representantes de Coreia do Sul e do Norte tentam negociar soluções para seu maior período de tensão em anos, mais de 50 submarinos norte-coreanos deixaram suas bases, informou a agência de notícias sul-coreana “Yonhap”, citando um oficial militar de Seul como fonte.

Estima-se que as forças militares do regime norte-coreano de Kim Jong-un possui 70 submarinos. Desse total, “cerca de 70% partiram de suas bases sem que se possa confirmar sua localização”, afirmou um funcionário das forças armadas sul-coreanas à agência local “Yonhap”.

A fonte também assegurou que a Coreia do Norte duplicou o número de tropas de artilharia na fronteira e estas se encontram preparadas para o combate.

Reunião
A primeira conversação de alto nível diplomático em quase um ano entre as duas Coreias, ocorrida no sábado (22), foi retomada na tarde deste domingo (23).

Os países vizinhos, que tentam aliviar as tensões que os levaram ao limite de um possível confronto militar, iniciaram sua reunião no vilarejo de Panmunjom, na fronteira, às 18h30 de sábado (horário local).

O porta-voz da presidência em Seul, Min Kyung-wook, informou ontem que as partes acertaram na madrugada de domingo um recesso, depois de mais de dez horas de discussões, e que retomariam a reunião às 15h00 local (03h00 no horário de Brasília), com o objetivo de “aplacar as divergências”.

“As duas partes mantiveram um diálogo aberto sobre como resolver as tensões recentes e melhorar as relações”, informou o porta-voz.

O encontro acontece na localidade de fronteira de Panmunjon, na zona desmilitarizada (DMZ, na sigla em ingês), localidade onde foi assinado o armistício de 1953 que interrompeu a “Guerra das Coreias”.

Aumento nas tensões na península Coreana
A reunião teve início após o fim do prazo dado por Pyongyang para que Seul suspendesse sua propaganda por alto-falantes na fronteira, sob pena de uma “guerra total”.

O Sul é representado pelo ministro da Unificação, Hong Young-Pyo, e o diretor da Agência Nacional de Segurança, Kim Kwan-Jin. A Coreia do Norte enviou seus militares de maior patente, Hwang Pyong-So – considerado o número dois do regime -, e o secretário do Partido dos Trabalhadores, Kim Yong-Gon, responsável pelas relações com o vizinho do Sul.

A Coreia do Sul retomou sua guerra de propaganda – uma prática que ambos haviam suspenso em 2004 – em represália a minas colocadas na fronteira que mutilaram dois soldados sul-coreanos na chamada zona desmilitarizada. A reativação dos alto-falantes na fronteira provocou a ira de Pyongyang, que nega seu envolvimento nas explosões que mutilaram os militares sul-coreanos.

Na última quinta-feira, a Coreia do Sul fez dezenas de disparos de artilharia em direção à Coreia do Norte, em resposta a um ataque de Pyongyang contra os alto-falantes.

Quase todos os projéteis disparados pelos dois lados caíram em suas partes respectivas da zona desmilitarizada, que tem dois quilômetros dos dois lados da fronteira.

As tropas sul-coreanas entraram no sábado em alerta máximo diante do fim do prazo do ultimato da Coreia do Norte, que ameaçou o vizinho e rival com uma “guerra total”, caso Seul não interrompa as operações propagandísticas.

Antes do fim do ultimato, o Exército Popular Coreano (EPC) anunciou que as unidades mobilizadas na fronteira estavam em “estado de guerra”, seguindo ordens do dirigente do país, Kim Jong-un, prontas para responder caso Seul não atenda a exigência.

Neste contexto de tensão, o governo dos Estados Unidos reiterou o compromisso com a defesa da Coreia do Sul, anunciou o comandante do Estado-Maior de Washington, o general Martin Dempsey. O governo dos Estados Unidos mantêm 30.000 militares de maneira permanente na Coreia do Sul.

Esta não é a primeira vez que Kim Jong-Un faz uso da retórica bélica. Em 2013, o jovem dirigente norte-coreano já havia declarado “estado de guerra”.

Os dois países permanecem tecnicamente em guerra há 65 anos porque o confronto da península da Coreia (1950-53) acabou com um simples cessar-fogo, que nunca foi formalizado por um tratado de paz.

(Com informações das agências AFP, Yonhap e Kyodo)

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