Atualizado em 25/08/2015 – 01h41
Do Mundo-Nipo
As Coreias do Sul e do Norte minimizaram suas animosidades depois que chegaram a um acordo na terça-feira (25). Foram mais de dois dias de negociações para acabar com um impasse envolvendo uma troca de fogo de artilharia que tinha intensificado as tensões entre os vizinhos rivais, afirmou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Segundo a agência de notícias Reuters, o palácio presidencial da Coreia do Sul afirmou que as conversações terminaram à 0h55 de terça-feira (12h55 de segunda-feira em Brasília) e que o chefe do gabinete de segurança nacional sul-coreano fará uma declaração quando voltar a Seul.
Até então, o chefe de gabinete se encontrava em Panjmunjom, cidade fronteiriça onde foram realizadas as negociações.
A agência AFP informou que a Coreia do Norte aceitou pedir desculpas pela explosão de uma mina antipessoal na fronteira, que mutilou dois soldados sul-coreanos, como exigia Seul. A Coreia do Sul, por sua vez, se comprometeu em silenciar os megafones com os quais difunde propaganda antinorte-coreana a todo volume na fronteira.
Tensões na península Coreana
A reunião teve início no último sábado, após o fim do prazo dado por Pyongyang para que Seul suspendesse sua propaganda por alto-falantes na fronteira, sob pena de uma “guerra total”.
O Sul foi representado pelo ministro da Unificação, Hong Young-Pyo, e o diretor da Agência Nacional de Segurança, Kim Kwan-Jin. A Coreia do Norte enviou seus militares de maior patente, Hwang Pyong-So – considerado o número dois do regime -, e o secretário do Partido dos Trabalhadores, Kim Yong-Gon, responsável pelas relações com o vizinho do Sul.
A Coreia do Sul retomou sua guerra de propaganda – uma prática que ambos haviam suspenso em 2004 – em represália a minas colocadas na fronteira que mutilaram dois soldados sul-coreanos na chamada zona desmilitarizada. A reativação dos alto-falantes na fronteira provocou a ira de Pyongyang, que negava seu envolvimento nas explosões que mutilaram os militares sul-coreanos.
Na última quinta-feira, a Coreia do Sul fez dezenas de disparos de artilharia em direção à Coreia do Norte, em resposta a um ataque de Pyongyang contra os alto-falantes.
Quase todos os projéteis disparados pelos dois lados caíram em suas partes respectivas da zona desmilitarizada, que tem dois quilômetros dos dois lados da fronteira.
As tropas sul-coreanas entraram no sábado em alerta máximo diante do fim do prazo do ultimato da Coreia do Norte, que ameaçou o vizinho e rival com uma “guerra total”, caso Seul não interrompa as operações propagandísticas.
Antes do fim do ultimato, o Exército Popular Coreano (EPC) anunciou que as unidades mobilizadas na fronteira estavam em “estado de guerra”, seguindo ordens do dirigente do país, Kim Jong-un, prontas para responder caso Seul não atenda a exigência.
Neste contexto de tensão, o governo dos Estados Unidos reiterou o compromisso com a defesa da Coreia do Sul, anunciou o comandante do Estado-Maior de Washington, o general Martin Dempsey. O governo dos Estados Unidos mantêm 30.000 militares de maneira permanente na Coreia do Sul.
Esta não é a primeira vez que Kim Jong-Un faz uso da retórica bélica. Em 2013, o jovem dirigente norte-coreano já havia declarado “estado de guerra”.
Os dois países permanecem tecnicamente em guerra há 65 anos porque o confronto da península da Coreia (1950-53) acabou com um simples cessar-fogo, que nunca foi formalizado por um tratado de paz.
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