Do Mundo-Nipo
O governo japonês vai doar cerca de US$ 14 milhões para ajudar a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) na operação de eliminar armas químicas na Síria. Segundo a emissora pública NHK, o Representante Permanente do Japão junto à (Opaq), Masaru Tsuji, e o diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu, trocaram correspondência sobre a doação na terça-feira (25), na sede da organização em Haia, na Holanda.
A organização disse que o Japão é de longe o maior doador para o fundo especial criado com a finalidade de destruir o arsenal químico na Síria. Uzumcu agradeceu a contribuição do Japão e destacou o apoio de longa data do país durante a luta da Opaq para implementar a proibição global sobre as armas químicas.
A Opaq pretende remover todas as armas químicas da Síria até o final de junho, e destruí-las a bordo do navio norte-americano Cape Ray, num tanque especial de titânio através do processo de hidrólise (degradação dos compostos químicos pela adição de água), sob a supervisão da OPAQ.
Embora a organização tenha recebido ajuda e se empenhado na remoção das armas, é dito que o trabalho está atrasado, levantando preocupações de que a organização não será capaz de cumprir a data programada. Entretanto, Uzumcu disse que o governo sírio apresentou um plano revisto para concluir a transferência até meados de abril, do qual a organização está estudando para ver se é viável.
Sobre a Opaq
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), com sede em Haia, Holanda, é responsável desde 1997 pela aplicação da Convenção sobre Armas Químicas. Um acordo entre Washington e Moscou estabeleceu a eliminação de todas as armas químicas na Síria até meados de 2014.
A Opaq tem a função de eliminar os arsenais químicos do mundo e tem o apoio de 189 Estados que firmaram a Convenção contra as Armas Químicas em 1993.
A entidade foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz de 2013. Sediada em Haia, na Holanda, a Opaq está encarregada de aplicar a convenção, que entrou em vigor em 1997.
O texto proíbe o desenvolvimento, produção, armazenamento e uso das armas químicas, além de prever a destruição total das armas.
Ela é considerada uma organização pequena, que não faz parte da estrutura da ONU.
Tem pouco mais de 500 funcionários e um orçamento relativamente modesto, de menos de US$ 100 milhões anuais.
Atualmente, é dirigida pelo diplomata turco Ahmet Uzumcu, que disse que o Nobel da Paz encorajou sua equipe.
Seu primeiro diretor foi o brasileiro José Maurício Bustani, que ficou no cargo do começo, em 1997, até 2002 após ser afastado por pressão dos EUA.
As principais atividades da Opaq são a eliminação dos arsenais químicos, a supervisão desse trabalho e a assistência e o assessoramento dos Estados membros.
Sob essa convenção, sete países declararam possuir armas químicas: Albânia, EUA, Rússia, Índia, Iraque, Líbia e um Estado que a Opaq não identifica. Os únicos países fora da convenção são Sudão do Sul, Angola, Egito e Coreia do Norte. Israel e Mianmar assinaram a convenção em 1993, mas ainda não a ratificaram.
Segundo as cifras da organização, Albânia, Índia e o Estado não identificado já destruíram totalmente seus arsenais declarados. EUA e Rússia prometeram destruir seus arsenais em 2012.
Até 2013, foi verificada a destruição de 58.172 toneladas de agentes químicos, o correspondente a 81,71% do arsenal declarado do mundo.
Especialistas em armas químicas acreditam que a Síria possua toneladas de agentes químicos como o gás sarin, o gás mostarda e o gás nervoso VX, parte armazenada de maneira bruta e parte já acoplada em mísseis, ogivas ou foguetes.
O processo de destruição de armas químicas pode ser perigoso e é caro. Os produtos químicos podem ser queimados, mas com cuidado, para não dispersarem toxinas. Eles também podem ser quimicamente neutralizados.
As armas químicas podem provocar consideráveis sofrimentos e morte, com sufocamento, queimaduras químicas e convulsões, e podem ser dispersas facilmente pelos ventos e afetar populações civis. Elas foram vastamente usadas na Primeira Guerra Mundial.
Mais recentemente, em 1998, cerca de 5 mil pessoas foram mortas intoxicadas por gás pelo então ditador iraquiano Saddam Hussein na cidade de Halabja.
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