Um relatório publicado pela Agência Nacional de Polícia do Japão – equivalente a Polícia Federal do Brasil – assumiu que a morte do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe foi causada por uma falha na segurança.
O relatório conclui que se o assunto tivesse sido tratado adequadamente “o resultado provavelmente poderia ter sido evitado”. Os oficiais garantiram também que revisarão a proteção de líderes e outras figuras-chave, inclusive do exterior.
Ainda na quinta-feira (25), Itaru Nakamura, chefe da Agência Nacional de Polícia, disse que renunciará para assumir a responsabilidade pelo assassinato de Shinzo Abe, citando a necessidade de um “novo começo” para a organização e suas funções de segurança.
Nakamura é o funcionário mais graduado a renunciar em conexão com o assassinato de Abe em um comício de campanha na cidade de Nara, no oeste do país, em 8 de julho, onde especialistas disseram que a segurança estava seriamente falha.
“No processo de verificação de nosso novo plano de segurança, percebemos que nossos deveres de segurança precisariam de um novo começo”, disse Nakamura em entrevista coletiva.
A segurança em Nara no dia do tiroteio foi amplamente vista como insuficiente, disseram especialistas.
Guarda-costas poderiam ter salvado Abe protegendo-o ou tirando-o da linha de fogo nos 2,5 segundos entre o primeiro tiro perdido e o segundo tiro fatal, disseram à agência Reuters oito especialistas em segurança que revisaram as imagens.
Autoridades japonesas, incluindo o primeiro-ministro Fumio Kishida, reconheceram falhas na segurança em torno da aparição de Abe no evento da campanha eleitoral.
O suposto assassino, preso no local momentos após o tiroteio, está passando por avaliação psiquiátrica, informou a mídia japonesa no mês passado.
Abe, o primeiro-ministro japonês mais longevo no cargo, foi morto a tiros em um comício eleitoral em 8 de julho e, embora os serviços funerários tenham sido realizados logo depois, o Japão decidiu fazer um funeral de Estado na arena Nippon Budokan, em Tóquio, em 27 de setembro.
De acordo com Kyodo News, o funeral deve custar cerca de 250 milhões de ienes – sem considerar os gastos com segurança que deverão ser providenciados pela cidade de Tóquio.
O evento deve ter 6,4 mil convidados, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e o atual mandatário francês, Emmanuel Macron. Além disso, será criada uma “zona de exclusão aérea” em um perímetro de 46 quilômetros ao redor do Nippon Budokan, onde o corpo será velado.
A decisão de fazer um funeral de Estado está sendo levada adiante pelo premiê atual do país, Fumio Kishida, mas enfrenta resistência da oposição e de parte da opinião pública japonesa.
A última vez que o Japão fez uma cerimônia do tipo para um primeiro-ministro foi em 1967 para homenagear Shigeru Yoshida, o chefe de governo que comandou a nação após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
== Mundo-Nipo (MN)
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