Atualizado em 06/08/2024
A geração de japoneses que entrou no mercado de trabalho nos anos 90, durante a chamada “década perdida”, ainda enfrenta as consequências daquela crise econômica. Enquanto os mais jovens e os mais velhos veem seus salários crescerem, essa faixa etária, com cerca de 40 a 50 anos, continua estagnada, com poucas oportunidades de ascensão profissional e salários cada vez mais defasados.
A bolha econômica dos anos 80, seguida de um longo período de recessão, deixou marcas profundas nessa geração. Muitos tiveram dificuldade em encontrar emprego e aqueles que conseguiram, frequentemente enfrentaram contratos precários e salários baixos. A concorrência com trabalhadores mais velhos, que se beneficiaram da expansão econômica anterior, e a dificuldade de adquirir novas habilidades em um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado, agravam ainda mais a situação.
As consequências dessa desigualdade salarial se estendem para a aposentadoria. Muitos japoneses de 40 e 50 anos correm o risco de ter uma aposentadoria com padrão de vida inferior ao esperado, devido à falta de poupança e a dificuldades em encontrar novas oportunidades de trabalho.
A situação da “geração perdida” no Japão levanta questões importantes sobre o futuro do sistema de bem-estar social do país. Com uma população envelhecendo rapidamente, a desigualdade salarial entre as diferentes gerações pode sobrecarregar o sistema previdenciário e de saúde. Além disso, a falta de oportunidades e a sensação de injustiça podem gerar um aumento da desigualdade social e da insatisfação com o governo.
A história da “geração perdida” no Japão serve como um alerta para outros países que enfrentam desafios semelhantes. Especialistas afirmam que é fundamental que os governos e as empresas adotem políticas que promovam a igualdade de oportunidades e garantam que todas as gerações tenham acesso a um trabalho digno e a uma aposentadoria segura.
== Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Nikkei Asia Japan
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