Um em cada quatro asiáticos admite ter cometido abuso sexual, diz pesquisa da ONU

Um estudo da ONU em seis países da Ásia e do Pacífico, revelou que um em cada dez homens admitem ter estuprado uma mulher com quem não estava se relacionando, e um quarto dos homens dizem ter estuprado esposas ou namoradas.

Do Mundo-Nipo

Um estudo, conduzido pelas Nações Unidas (ONU), em seis países da Ásia e região do Pacífico, revelou que um em cada dez homens admitem ter estuprado uma mulher com quem não estava se relacionando, e um quarto dos homens dizem ter estuprado esposas ou namoradas. Este é um dos primeiros estudos em grande escala sobre a violência sexual contra as mulheres.

 

Divulgação do Estudo da ONU sobre violência contra as mulheres na Ásia (Foto ONU (UN Women/Montira Narkvichien)
Durante o lançamento do relatório do Estudo/Pesquisa, em Bangcoc , estavam presentes, a partir da esquerda: Roberta Clarke, diretora da ONU para Mulheres na região Asia-Pacifico; James Lang, Coordenador do Programa de Parceiros para a Prevenção; Rachel Jewkes, Lider e Assessora Técnica sobre o estudo; Dr. Emma Fulu, Especialista em Pesquisa (Foto: ONU (UN Women) / Montira Narkvichien)

 

Os pesquisadores da ONU ouviram 10 mil homens em Papua Nova Guiné, Indonésia, China, Camboja, Sri Lanka e Bangladesh.

Entre 72 e 97% dos que admitiram ter cometido tal violação não foram julgados, segundo o estudo, que ouviu 10.000 homens (com idades entre 18 a 49 anos) em Bangladesh, Camboja, China, Indonésia, Papua Nova Guiné e Sri Lanka.

O estudo, intitulado ‘Porque alguns homens usam a violência contra as mulheres e como podemos preveni-lo?’, foi realizado por diversas agências das Nações Unidas e confirma que “a violência contra as mulheres é uma dura realidade”, disse Roberta Clarke, representante da ONU, na apresentação do estudo em Bangcoc, na Tailândia.

O estudo mostrou que a incidência dos abusos varia de acordo com o país.

Entre os homens que admitiram ter cometido estupro, menos da metade disse ter repetido o feito mais de uma vez.

Na Papua Nova Guiné, 62% dos homens entrevistados confessaram já ter forçado uma mulher a fazer sexo, enquanto em áreas rurais na Indonésia, este índice foi de 48%.

Os casos de estupro parecem ser menos comuns em áreas urbanas de Bangladesh (9,5%) e no Sri Lanka, onde 14,5% dos homens admitiram ter praticado estupro.

Cerca de 75% dos homens que cometeram estupro disseram que se achavam no “direito de fazê-lo”.

Emma Fulu, uma das autoras do estudo, disse que os entrevistados que admitiram abusos afirmaram que achavam ter o direito de fazer sexo com a mulher independentemente de seu consentimento.

Ainda segundo a pesquisadora, a segunda maior motivação para os abusos era “diversão” ou porque estavam “entediados”.

Alguns homens também justificaram ter estuprado uma mulher para puni-la ou porque estavam com raiva.

“Surpreendentemente, a razão menos comum foi o álcool”, acrescentou Fulu.

Homens que haviam sofrido abusos sexuais durante a infância têm maior tendência de cometer estupros, indica a pesquisa da ONU.

Os resultados não representam a totalidade da região da Ásia e Pacífico, ficando de fora países importantes como a Índia, onde diversos casos de estupro tem provocado indignação global. Ficando de fora países Extremo Oriente, como a Coreia do Sul e o Japão, sendo este último um dos países desenvolvidos que tem um dos maiores índices de pedofilia e abuso sexual contra esportistas.

O estudo, no entanto, fornece importantes informações, e o desafio agora é transformar evidências em ações para criar um futuro mais seguro para a próxima geração de mulheres e meninas nesta região.

Veja as divulgação completa do Estudo no site oficial da ONU (UN WOMEN).

 


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