O Ministério da Justiça do Japão informou que uma mulher condenada à pena de morte pelo assassinato de dois homens na na província de Tottori, no oeste do Japão, em 2009, morreu no último sábado por asfixia após se engasgar com comida, de acordo com a Kyodo News.
A japonesa Miyuki Ueta, de 49 anos, estava presa, à espera de execução, na Casa de Detenção de Hiroshima. A causa da morte foi confirmada por um médico externo que examinou o corpo, disse o ministério.
Ueta, que era funcionária de um bar, foi condenada por drogar e afogar no mar um motorista de caminhão em abril de 2009. A mulher também drogou e afogou o dono de uma loja de eletrônicos em um rio em outubro do mesmo ano. Sua sentença de morte foi promulgada em 2017.
Corredor da morte no Japão
Após a morte de Ueta, 105 pessoas permanecem encarceradas com sentença de morte finalizada no Japão, de acordo com o ministério.
A mais recente execução no Japão ocorreu em junho de 2022, quando Tomohiro Kato, de 39 anos, foi executado por matar sete pessoas e ferir outras 10 durante um tumulto no distrito de Akihabara, em Tóquio, em 2008, conforme noticiou a Kyodo News.
O país também possui o sistema de prisão perpétua que, por sua vez, foi aplicada recentemente à Akemi Adachi, de 48 anos. Em novembro de 2022, ela foi condenada pelo Tribunal de Osaka por matar o pai e o irmão em 2018.
O Japão é um dos mais de 50 países no mundo que ainda mantêm a pena de morte, incluindo Estados Unidos, China, Irã e Arábia Saudita. Desde 1977, tal condenação foi abolida em mais de 142 países, segundo dados da Anistia Internacional, uma das mais influentes associações de direitos humanos do mundo.
Entre os países industrializados, somente Japão e Estados Unidos aplicam a pena capital, que no Japão é feita por meio da forca.
A espera da execução pode durar décadas e os réus são notificados que serão enforcados apenas algumas horas antes da execução no Japão, o que é duramente criticado pelas organizações de defesa dos direitos humanos.
== Mundo-Nipo (MN)